Zélia Cristina Duncan Gonçalves Moreira, mais conhecida como Zélia Duncan, está completando 60 anos nesta segunda-feira, 28. Para celebrar a data, nossa reportagem faz uma retrospectiva sobre a vida e a carreira da cantora, considerada uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira (MPB).
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Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, Zélia Duncan iniciou sua trajetória artística na década de 1980 e, de lá para cá, tem encantado gerações com sua voz. Com o passar dos anos, suas parcerias, composições e sucessos a mostraram como uma cantora mais ousada, arriscando sons diferentes, do folk ao rap, do samba ao rock e outros estilos musicais.
Em 2009, com o CD ‘Pelo sabor do gesto’, recebeu uma indicação ao Grammy Latino e ganhou o prêmio de Melhor Cantora na categoria Pop/Rock da 21ª edição do Prêmio de Música.
Em 2011, Duncan completou 30 anos de carreira e, para as comemorações deste ano tão especial, gravou o DVD ‘Pelo sabor do gesto em cena’, que foi indicado em 2012 ao Grammy Latino. Neste ano, também estreou o espetáculo ‘Totatiando’, inspirado na obra de Luiz Tatit e dirigido pela atriz Regina Braga.
Zélia se destacou nacionalmente com o lançamento de “Catedral”, em 1994. No ano seguinte, a canção foi adicionada à trilha sonora da novela “A Próxima Vítima”, da Globo, que se tornou tema do casal de protagonistas vividos por Vivianne Pasmanter e Marcos Frota.
Composta por Zélia Duncan em parceria com Tanita Tikaram e Christiaan Oyens, “Catedral” é a canção mais tocada da artista em todo o Brasil nos últimos 10 anos. O dado foi divulgado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). O instituto também revela que, além de ser a mais ouvida no país, “Catedral” foi a mais regravada na última década.
As músicas de Zélia Duncan mais tocadas no Brasil
1. “Catedral”
- Composição: Tanita Tikaram, Zélia Duncan e Christiaan Oyens
2. “Pagu”
- Composição: Zélia Duncan e Rita Lee
3. “Enquanto durmo”
- Composição: Zélia Duncan e Christiaan Oyens
4. “Tudo sobre você”
- Composição: Zélia Duncan e John
5. “Me revelar”
- Composição: Zélia Duncan e Christiaan Oyens
6. “Nos lençóis desse reggae”
- Composição: Zélia Duncan e Christiaan Oyens
7. “Não vá ainda”
- Composição: Zélia Duncan e Christiaan Oyens
8. “Carne e osso”
- Composição: Moska e Zélia Duncan
9. “Sentidos”
- Composição: Zélia Duncan e Christiaan Oyens
10. “O tom do amor”
- Composição: Zélia Duncan e Moska
Posicionamento político
Zélia Duncan sempre usa suas redes sociais para se posicionar sobre política. Durante a pandemia de Covid-19, a artista criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No X (antigo Twitter), Zélia comparou a atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia ao nazismo, citando a grande quantidade de mortes.
“Matam mais de 600 mil, mas não querem ser chamados de genocidas; gostariam de matar mais 600 mil, mas não querem ser chamados de nazistas. O pior presidente da história”, disse ela na ocasião.
‘Uma mulher antifeminista é uma aberração’
Em entrevista ao UOL, em 2021, Zélia Duncan falou sobre os ataques sofridos nas redes sociais. No bate-papo, a cantora disse que possui mais pessoas bloqueadas do que seguidores propriamente ditos e, às vezes, quando vai olhar o perfil de alguém que a xingou, se depara com perfis que têm fotos de Jesus Cristo ou mulheres que pregam contra o feminismo.
“Quando vou olhar os perfis dessas pessoas que me ofendem, não têm publicações nem seguidores, e possuem uma foto de Jesus Cristo, o que é muito lamentável, escrito ‘cristão, armamentista, conservador’. Aí você vai a um perfil feminino, que para mim dói ainda mais, e está escrito ‘esposa’. Uma mulher cuja primeira palavra é esposa já me preocupa, já me angustia… [também está escrito] ‘cristã, armamentista, antifeminista’. Uma mulher antifeminista é uma aberração; é como um negro racista. É algo em que o patriarcado está tão dentro dela que ela não percebe”, começou Zélia.
A artista ainda revelou sentir uma certa mágoa da internet devido às fake news que atentam constantemente contra a democracia no Brasil: “Estamos vendo a democracia ser ameaçada, e isso tem muito a ver com as fake news. Achávamos que a internet era a oitava maravilha… E as pessoas têm orgulho de expor a ignorância [nas redes]. Estamos tendo muito trabalho, [por isso] a internet é para mim essa dubiedade”, finalizou.
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