A mulher que foi colocada em cárcere privado pelo próprio tio por quase 10 anos foi vítima de diversas violências ao longo do período. Ela foi libertada depois de uma operação da Polícia Civil do Espírito Santo, na última sexta-feira, 20, em Jucuruçu, no sul da Bahia.
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A moça desapareceu em 2015 e foi encontrada em um cativeiro em uma área de difícil acesso. Ela entrou em contato com a família por uma rede social e conseguiu pedir socorro. De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo, que lideraram a operação, há oito meses o suspeito teria dado um celular à ela e, pelo aparelho, a mulher pediu ajuda.
A Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES) apreendeu três armas de fogo de fabricação caseira no local, incluindo uma calibre 12 e um revólver calibre 38, além de munições e documentos falsos. As armas não possuem autorização legal.
De acordo com o que foi divulgado pelo g1, a mulher relatou que teria começado a ser coagida em 2014, quando o homem cometeu o primeiro abuso sexual ao descobrir que ela tinha “paqueras” na escola. A vítima foi sequestrada aos 15 anos em Rio Bananal, no norte do Espírito Santo, e levada para Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Na época, a moça deixou uma carta para a família. Passou a ficar trancada em casa na Bahia. O suspeito do crime falava que, se ela tentasse fugir, mataria a moça e sua família. Então, só saía de casa com ele, que não a deixava ir à escola e monitorava conversas dela com outras pessoas.
Os dois viajavam somente de carro. Ela acabou engravidando por causa dos abusos sexuais e o bebê morreu 21 dias após o nascimento. A moça foi levada pelo homem para outras cidades, como Vitória, no Espírito Santo, e depois para Jucuruçu, onde chegou com 18 anos. Ela era forçada a trabalhar na roça e o tio lhe dava R$ 100. A mulher sofria agressões físicas constantemente e nunca teve um celular, tendo acesso a um há oito meses.
O suspeito conseguiu fugir para a mata ao perceber a chegada da operação policial. A polícia pede que qualquer informação sobre sua localização seja comunicada pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo.
As equipes realizaram campanas na região na operação policial para identificar o cativeiro e cercaram o local. “O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo”, afirmou Fabrício Lucindo, que é delegado da 16ª Delegacia Regional de Linhares, no Espírito Santo.
A Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES) liderou a operação, por meio da Superintendência de Polícia Norte e da 16ª Delegacia Regional de Linhares, com o apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Rio Bananal e do Promotoria de Justiça de Rio Bananal. Segundo a PC-ES, a operação também teve o apoio da Polícia Militar da Bahia.