O médico Paloam Cardoso, primo de Djidja Cardoso prestou depoimento no 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus, nesta quarta-feira, 5. O profissional falou sobre a morte da prima, a seita que o irmão e a mãe da ex-Sinhazinha do Boi Garantido comandavam e o uso de ketamina/cetamina por parte dos parentes.
Depois que Djidja foi encontrada morta no dia 28 de maio, investigações envolvendo sua família vieram à tona e áudios de Paloam começaram a vazar, em um deles, o médico acusa Djidja e sua família de drogar sua avó.
“Da minha avó, me parece que vai ter uma investigação e vamos ter de responder. A gente sabe, mas não tinha noção do que era (…) Estamos também abismados com todos os vídeos”, destacou Paloam.
Para a imprensa, ele afirmou que os acontecimentos são uma “tragédia anunciada” e lamenta que mais familiares seus tenham que responder à investigação da Polícia Civil do Amazonas.
“A gente realmente tá passando pelos piores momentos. Vou ter que trazer aqui algumas tias e minha mãe para cuidar. A gente vai ter que responder em relação a isso. A verdade é essa”, declarou.
Prisão de parentes e funcionários
Ademar Cardoso, irmão de Djidja, e Cleusimar Cardoso, mãe da ex-Sinhazinha, estão presos junto com três funcionários do salão de beleza da família, também suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas.
Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão, deve deixar o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) para cumprir prisão domiciliar, por ter um filho de dois anos, que ainda está na fase de amamentação e precisa de cuidados maternos integralmente.
Vício em drogas e seita comandada pela família
As investigações sobre a morte de Djidja, que teve suspeita de overdose de ketamina, apontam que a ex-sinhazinha foi impedida pela mãe e o irmão de receber ajuda e tratamento contra a dependência química.
Relatos de familiares indicam que Djidja passou a ser usuária de ketamina há pelo menos um ano. A mãe e o irmão também eram dependentes químicos e usavam a droga em uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida” para alcançar uma falsa plenitude espiritual.
“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Ela estava usando fralda, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas. A Djidja não queria que as pessoas vissem ela daquele jeito. Ela já estava com vergonha da aparência dela, mas para eles [mãe e irmão] era normal”, disse uma prima de Djidja, que pediu anonimato.
“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, declarou.
Conforme as investigações, a gerente do salão de beleza de Djidja, Verônica da Costa, era a responsável por comprar a droga ilegalmente, sem receita médica, com apoio de Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, que também eram funcionários da família Cardoso.
Ex-personal teria apresentado a droga para a família
Além disso, um novo desdobramento foi divulgado por um perfil no Instagram que vem fazendo denúncias sobre o caso Djidja. Segundo a página Raiz da Notícia, o ex-personal da dançarina, Hatus Silveira, teria sido o responsável por apresentar a cetamina para a família.
O perfil afirma que Hatus era famoso na região amazonense por ministrar fórmulas de emagrecimento que misturavam anabolizantes, remédios antidepressivos e cetamina, promovendo o “corpo perfeito”.
Ainda de acordo com a conta digital, Djidja e sua família se consultaram com o personal e consumiram a fórmula receitada por ele.
Depois disso, a ex-sinhazinha e seu irmão, Ademar, teriam ficado viciados na droga e decidiram se afastar dos “cuidados” com Hatus para se dedicar exclusivamente aos planos espirituais. Ademar teria “orquestrado” a Pai, Mãe, Vida, com a cetamina como forma da evolução do espírito:
“Esse indivíduo já levou muitos pro buraco, outros estão na lama, tem até os que ainda sequer sabem que se tornarão um viciado em anestésicos de animais”, escreveu o Raiz da Notícia.
O site ainda fez mais revelações, garantindo ter acompanhado a carreira do personal. “Se me perguntarem há quantos anos a família tem esse vício, posso responder firmemente ‘pelo menos há 3 anos’. Quem seria o apresentador desta droga? Hatus Silveira, com sua mania de se achar o Elon Musk da academia”, completaram.
A página do Instagram ainda teria afirmado que a ponte entre o personal e a família Cardoso teria sido um ex-namorado de Djidja.
Cunhada de Djidja Cardoso foi internada e forçada a usar cetamina dentro do hospital por Ademar