A cantora Preta Gil, 50 anos, revelou que irá retomar o tratamento contra o câncer. Na quinta-feira, 22, por meio das suas redes sociais, a filha de Gilberto Gil contou que a decisão dos médicos aconteceu após realizar alguns exames no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em janeiro de 2022, Preta foi diagnosticada com um tumor no intestino, lutando contra a doença por um ano.
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“Essa semana me internei no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, para exames de rotina e foi constatado a necessidade de retomada do meu tratamento oncológico. Conto com a boa energia, orações e vibrações de todos para seguir confiante”, explicou a artista no Instagram.
Ao portal Gshow, a assessoria revelou que Preta “teve uma recidiva em dois linfonodos na pelve”.
O Glow News conversou com a médica oncologista Mariana Bruno Siqueira, da Oncologia D’Or, que explicou um pouco sobre o câncer de Preta Gil e a possível causa da cantora ter retomado o tratamento oncológico.
“O câncer colorretal é o segundo tumor mais frequente em homens em mulheres no Brasil. Ele afeta o intestino grosso, em geral, de indivíduos acima de 50 anos. Atualmente, o tumor vem acometendo pessoas mais jovens”, começa a médica.
“As sociedades médicas passaram a recomendar os exames de colonoscopia como forma de rastreamento a partir dos 45 anos, independentemente do surgimento de sintomas, que são constipação alternada com diarreia, sangramento nas fezes e dor abdominal. Os principais fatores de risco para o câncer colorretal são o consumo de alimentos ultraprocessados, embutidos, tabagismo, etilismo, obesidade e inatividade física”, destaca Mariana Bruno Siqueira.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito com o exame de colonoscopia, que permite ao médico saber se o paciente tem pólipos ou tumores no intestino grosso. Caso o tumor esteja localizado no intestino e não tenha se espalhado para outros órgãos, o principal tratamento para o câncer colorretal é a cirurgia para a retirada do tumor.
Se o tumor está localizado no reto, pode haver necessidade, além da cirurgia, de submeter o paciente à quimioterapia ou à radioterapia. O médico pode indicar a quimioterapia e a radioterapia antes da cirurgia. E, dependendo da extensão da doença, o paciente, após a cirurgia, pode voltar a se submeter à quimioterapia.
Cura
A chance de cura do paciente depende do estadiamento da doença. Se o tumor está localizado só na parede do intestino, as chances de cura chegam a 80%. Mas, se o tumor compromete os linfonodos na região do intestino, as chances caem para entre 50% e 70%. Se o paciente já está com a doença fora do intestino, por exemplo, metástase no fígado, a chance de cura é inferior a 20%. Interessante que, mesmo os pacientes com metástase do câncer colorretal, que são submetidos a cirurgia para a ressecção da metástase, têm chances.
O médico precisa acompanhar o paciente por cerca de cinco anos. Inicialmente, os pacientes fazem exames de imagem de três em três meses. Depois de dois anos, o médico espaça este intervalo para cada seis meses. Depois de cinco anos, sem evidências do retorno da doença, o paciente é considerado curado.
Retorno da doença
Não podemos dizer, imediatamente após o tratamento, que o paciente está curado. Se a doença retornar, antes de cinco anos, há uma série de tratamentos que podem ser propostos. Na maioria das vezes, pode envolver a quimioterapia e a terapia alvo-molecular (dependendo dos tipos de mutações presentes no tumor) e até cirurgia ou ablação. Por exemplo, as metástases hepáticas e pulmonares podem ser submetidas tanto a cirurgia como à ablação por radiofrequência, que é um exame menos invasivo realizado pela radiologia intervencionista.
Quando a doença retorna, o paciente pode fazer novas sessões de quimioterapia e, em casos específicos, pode ser submetido uma cirurgia de resgate. Quando a doença volta no próprio intestino, o paciente pode ser submetido uma nova cirurgia. Se há metástase hepática, pulmonar ou no peritônio, o paciente também pode ser submetido à cirurgia e ter a doença ressecada, dependendo da localização da extensão da doença. Todos esses pacientes têm chances de cura. Mas é preciso um prazo mais longo, para se afirmar se o paciente está curado ou não.
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