Maya Massafera (Reprodução/Instagram)

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Maya Massafera pede desculpas à Vogue após polêmica com editorial digital

Influenciadora afirmou que havia sido enganada pela revista em editorial digital

Nesta quinta-feira, 5, Maya Massafera usou suas redes sociais para botar um ponto final na polêmica envolvendo a revista Vogue. Em junho deste ano, a influenciadora alegou ter sido enganada pela publicação de um editorial digital com ela na capa. Porém, ela havia entendido que ganharia uma capa na edição física da revista.

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Maya Massafera começou o vídeo direcionando seu pedido de desculpas para a revista e seus funcionários. “Não teve um dia sequer que eu não pensei na revista Vogue, que eu não me arrependi do que eu fiz, que eu não fiquei triste pelo que eu fiz. Eu fui errada, não tem justificativa.”, iniciou ela.

Em seguida, a influenciadora falou sobre os efeitos dos hormônios em sua transição, afirmando que o processo lhe deixa com picos de emoções, de forma desequilibrada. Mas hoje, um ano depois, ela garante que está melhor e conseguindo controlar esses picos de emoções, diferente de quando ocorreu o episódio.

Maya Massafera contou que hoje considera uma besteira ter feito críticas por ser capa de um editorial digital em vez da versão física: “Eu vejo que o digital e o impresso são tão bons quanto. Aliás, pode até ser que o digital seja melhor.”, afirmou, revelando que trabalhou na revista Vogue há 20 anos, em uma época em que o digital não tinha tanta força.

Na época do episódio, a influenciadora acusou a revista de não ser inclusiva e de não tratar pessoas trans da mesma maneira que modelos cis. Ao pedir desculpas, Maya Massafera reconsiderou o que disse: “Indiferente de qualquer uma dessas situações, eu falei inverdades da revista. Eu acho que a revista é muito inclusiva. Eles fizeram uma capa comigo de Junho. Eu sou uma mulher trans de 40 anos. Sou uma travesti. Então isso é uma inclusão muito grande, eu acho que a revista é uma das melhores e maiores revistas de moda do país”, disse.

Maya concluiu afirmando que mesmo que a Vogue tivesse cometido um erro de comunicação ao lhe informar sobre a capa, isso não justificaria todas as coisas que ela disse sobre a publicação. Ela também pediu desculpas diretamente para os profissionais que trabalharam com ela no dia do ensaio fotográfico.

“Revista Vogue, eu adoro vocês. Quero muito que um dia vocês me perdoem, porque não tem um dia sequer que eu não ore e que não peça perdão para Deus. Desculpa também para todo mundo que estava envolvido. Amo vocês.”, finalizou.

Relembre o caso

Em 31 de maio, Maya Massafera apareceu como estrela do editorial Vogue Pride 2024, da revista Vogue, em homenagem ao mês do orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho. Este foi o primeiro ensaio de moda da influenciadora desde seu processo de redesignação de gênero e ela compartilhou uma carta aberta sobre sua jornada de descoberta.

Porém, no sábado, 1 de junho, Maya usou suas redes sociais para relatar que se sentiu enganada pela revista. Ela explica que a publicação havia lhe prometido uma capa na edição física principal, e não a capa de um editorial digital, que ela afirma “não ter relevância”.

“Fui enganada e feita de idiota pela revista Vogue!!! Afinal, o que esperar dessa revista que já foi acusada de racismo, homofobia… Ontem eu me senti humilhada pela revista e senti transfobia. Eles não fariam isso com meninas cis padrão. Quando eles convidaram a Bruna MarquezineMarina Ruy Barbosa ou Sabrina Sato (todas lindas que amo) pra capa eles não fizeram essa palhaçada!!!”, iniciou a influenciadora em uma sequência de stories.

Maya explicou então por que não gostaria de estar na capa digital: “Eles vieram então me oferecendo essas capas Dossiê ou Digital… E eu obviamente neguei na hora. Deixa eu situar vocês: eles criaram essas capas pra ganhar dinheiro e para tratar de assuntos que eles tem que falar, mas não querem por na revista principal. Porque não é o ‘padrão’ deles.”

E detalhou: “São só mulheres (maravilhosas) gordas, pretas, nordestinas, trans …. São mulheres que eu amo, a realidade do Brasil. Mas não a realidade da Vogue. Aí a Vogue faz capa digital com essas mulheres para incluir essas mulheres. Mas não se enganem, eles não dão capa digital pra Gisele Bündchen. Quem é do mercado sabe disso e já comenta sobre isso. Então não tinha porque eu aceitar a fazer essa capa digital. Não tem relevância.”

Depois de dizer não para a revista e dizer que só faria o trabalho se fosse capa principal, Maya foi para Cannes e, quando estava no festival de cinema, seu agente, que ela identificou apenas como Fernando, disse que a Vogue havia voltado atrás e lhe oferecido uma capa.

Maya contou que perguntou inúmeras vezes para seu agente se a capa não era digital, para ter certeza. Ela também conta que chegou a conversar com a diretoria da Vogue até um dia antes do lançamento da publicação e que mais uma vez, tanto a direção quanto seu agente lhe garantiram que não seria nada “digital”.

“A Vogue mentiu pra mim, me usou, usou da minha imagem e da minha luta!!! Vogue, não abaixo a cabeça pra vocês! Vamos pra justiça e vocês vão me dar uma capa e se responsabilizar por esse papelão e coisa transfóbica que vocês fizeram!!!!”, afirmou.

Ela ainda declarou que não recebeu nenhum pedido de desculpas da Vogue e afirmou que a revista passou o dia “lucrando” em cima dela. Maya finalizou dizendo que o veículo não tinha mais autorização para usar sua imagem em publicações nas redes sociais nem nas revistas digitais ou físicas. E afirmou que a Vogue teria que lhe dar uma capa “como combinado”.

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