A mãe de Djidja Cardoso, Cleusimar Cardoso, disse que acredita que a filha morreu de depressão e não por causa do uso de cetamina. A droga sintética foi usada tanto em humanos como em animais, e pode causar dependência e alucinações.
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A ex-sinhazinha do Boi Garantido foi encontrada sem vida no final de maio em Manaus, e a polícia suspeita que a causa do falecimento tenha sido overdose por causa do uso excessivo da droga. O documento foi acessado pelo g1 e as informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 12.
O depoimento de Cleusimar foi apresentado na audiência de instrução e julgamento em 4 de setembro. A audiência investiga a matriarca, seu filho Ademar Cardoso e também o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto, além de outras sete pessoas a respeito do tráfico de drogas.
Segundo a investigação, a família da ex-sinhazinha criou o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que fazia o uso indiscriminado de cetamina. Cleusimar e Ademar estão presos, ela é acusada pelo Ministério Público de estar no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes.
A mãe de Djidja foi interrogada pelo juiz Celso de Paula a respeito do uso de cetamina, seu conhecimento sobre a substância em seus filhos. Ela também falou sobre as cartas de Cristo e negou que sua família estivesse envolvida em uma seita, como foi circulado.
Diferentemente dos relatos do depoimento de Djidja, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte da ex-sinhazinha foi causada por um edema cerebral que afetou o funcionamento de seu coração e da respiração. O laudo oficial não foi divulgado pelas autoridades locais.
Ao longo das investigações, a polícia descobriu que Cleusimar, não somente usava a cetamina, mas também começou a utilizar um livro chamado “Cartas de Cristo” e a fazer um culto com base em uma interpretação equivocada das escrituras. A partir de então, eles começaram a convocar outras pessoas, como funcionários do salão de beleza da família.
O depoimento da mãe de Djidja Cardoso
Cleusimar disse ter estudado sobre psicodélicos e como eles poderiam ajudar a tratar depressão e ansiedade. Além disso, afirmou que as drogas vinham de raves e eram compradas através de aplicativos, sem ter o conhecimento de quem as forneciam.
“Eles usavam a droga sozinhos. Eu usava em casa e não participava de negociações ou vendas. Apenas usava na minha mesa, para quem quisesse usar. Antes de começar, estudei sobre a cetamina”.
Ao ser interrogada a respeito da causa da morte de Djidja, Cleusimar negou que a moça tenha morrido pelo uso da droga. Cleusimar disse que a filha era “muito depressiva”, com o quadro agravado depois da morte da avó em junho de 2023, e também por causa das traições do namorado.
“A cetamina não foi a solução para Djidja, mas ela lutou contra depressão usando cetamina. Não que a cetamina tenha causado a morte dela. Na verdade, ela tomava altas doses de clonazepam, o que eu considero mais arriscado e perigoso do que a cetamina”, declarou.
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