Cinegrafista processa Globo (Foto: Divulgação)

Cinegrafista processa Globo (Foto: Divulgação)

Famosos

Globo é acusada por ex-cinegrafista do Fantástico de omitir socorro, diz jornal

Ex-cinegrafista entrou com ação judicial contra a emissora

Alberto Alves dos Santos está processando a Globo. O ex-cinegrafista do Fantástico trabalhou lá por 24 anos. Ele acusa a emissora de colocá-lo em risco durante coberturas jornalísticas consideradas perigosas, como os atos a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro de 2023. Na ocasião, Alberto foi ferido por manifestantes que xingaram a Globo, ele justifica que não recebeu amparo da emissora.

+Anitta é processada por homem que foi roubado em evento de Carnaval; entenda
+Após acusações, participante de Casamento às Cegas afirma que sua ex teria impedido contato com filho

De acordo com o Notícias da TV, a ação apresentada ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, no último dia 16. Ele trabalhou de 1998 a 2022, na Globo. Ele disse ter sofrido danos morais “durante todo o contrato de trabalho”, em razão dos constantes casos de agressões e roubos a equipes de reportagem.

O ex-cinegrafista também citou que ele e sua equipe foram vítimas de escalas de trabalho exaustivas, com alterações horárias feitas sem aviso prévio. Ele pede R$ 1,5 milhão de indenização por danos morais, correção de salários e horas extras. De acordo com o ex-funcionário, os roubos a jornalistas se tornaram frequentes nos últimos anos, principalmente em reportagens externas, quando estão sujeitos a ataques de criminosos.

Geralmente, os bandidos levam os equipamentos de filmagem, que envolvem câmeras profissionais com lentes importadas, além de tripés, iluminação e transmissores de sinais, que podem custar mais de R$ 200 mil. Santos disse que a emissora passou a oferecer escolta e seguranças armados para acompanharem os funcionários, mas que o serviço se mostrou “falho e insuficiente”.

Ele disse que, para cada 50 equipes, eram concedidos até 10 seguranças para escolta. O ex-cinegrafista também afirmou que a emissora fazia vista grossa com as queixas e mandava policiamento para aqueles que julgava correrem mais riscos.

A relação como funcionário da emissora

Alberto Alves dos Santos pontuou que a “má relação” da Globo com seus telespectadores o prejudicou como funcionário. Ele citou como exemplo a decisão da emissora de chamar os atos de manifestantes pró-Bolsonaro de “antidemocrático” na tv.

Nos documentos judiciais, ele mostrou um ferimento no braço após um ataque de militantes que gritavam “Globo lixo” durante as manifestações em Brasília. Ao relatar o problema a seu superior, o ex-funcionário disse ter sido orientado a não fazer nada.

“A Globo nada fez para diminuir o impacto sofrido pela equipe de filmagem, porque entendeu que os trabalhadores haviam ‘vacilado’ e poderiam ter ‘escapado’ daquela situação, já que eles estavam de posse de um veículo e acompanhado de um radialista que dirigia o carro de reportagem”, afirma um trecho do documento. “Foi em uma destas omissões de segurança da Globo que a equipe de trabalho do Alberto Alves dos Santos sofreu uma agressão na cobertura de uma manifestação”.

Ele disse que as coberturas externas ficaram cada vez mais perigosas após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, e nas eleições presidenciais que elegeram Jair Bolsonaro. O ex-funcionário opinou que o posicionamento “contrário a Bolsonaro” caiu no desgosto a parte dos telespectadores e contribuiu para que o ambiente de trabalho externo se fosse tóxico. A Globo foi procurada pelo Notícias da TV para dar sua versão sobre as acusações de omissão de socorro narradas pelo ex-cinegrafista do Fantástico, só que não teve retorno até o momento.

Ana Castela recebe críticas após publicar vídeo nas redes sociais