Rui Luiz Bogo foi um dos idosos mortos por Ines Gemilaki e Bruno Gemilaki Dal Poz no último domingo, 21. A família da vítima se manifestou sobre o caso que aconteceu em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, no Mato Grosso. Em entrevista ao g1, sua filha, Janete Bogo, afirmou que todos que estavam na casa tinham uma boa relação com a família de Ines. Ela disse que não consegue entender o que a motivou a cometer o crime.
Oito pessoas estavam na casa quando a pecuarista e o filho médico invadiram a residência. Os dois estavam armados e fizeram vários disparos. Tudo foi registrado por câmeras de segurança. Além de Rui Luiz Bogo, que tinha 81 anos, também foi morto Pilson Pereira da Silva, de 69 anos. Um padre que estava no local ficou ferido. O sacerdote José Roberto Domingos passou por cirurgia nesta segunda-feira, 22, e não corre risco de vida. De acordo com a polícia, o principal alvo era o dono da casa, que não foi atingido pelos tiros.
Depois dos disparos, mãe e filho fugiram da casa. Ambos, além do marido de Ines, identificado como Marcio Ferreira Gonçalves, que teria dado apoio na ação, estão sendo procurados pela polícia. “A princípio, [as vítimas] acharam que fosse um assalto. Meu pai nem saiu da mesa, porque viu que era a Ines e ele jamais imaginaria que ela faria isso. O portão estava aberto, eles chegaram e entraram. Meu pai infelizmente permaneceu sentado”, declarou Janete.
A mulher contou que vive com o marido no município de Sorriso e ficou sabendo do ataque após receber uma ligação da irmã. Ainda na tarde de domingo, mãe e o filho foram vistos comprando cerveja, água e refrigerantes quando passavam pela cidade de Matupá, a cerca de 13 km do local do crime. Uma câmera de segurança da conveniência do posto de combustível registrou tudo. A Polícia Civil prendeu, na noite desta segunda-feira. 22, o marido que ajudou a mulher e o filho a fugirem após tirarem a vida dos idosos. Ele foi preso com o irmão, que também teria participado do assassinato.
Segundo a polícia, Ines havia registrado um boletim de ocorrência contra o dono da casa onde ocorreram os homicídios horas antes do crime, justificando ser ameaçada. De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher declarou que a família estava sendo ameaçada por causa de um processo sobre um contrato de aluguel, no qual ela teria ganhado a causa.
A pecuarista declarou na denúncia que, um dia antes, três homens teriam entrado em sua casa, procurando-a, só que apenas o marido estava no local. Depois, disseram ao marido que ela estava em dívida com eles, e teriam ameaçado o filho dela também. Ainda de acordo com o registro, a mulher teria recebido mensagens no celular, sendo intimidada com a cobrança de uma dívida, a qual ela justifica não possuir.
De acordo com a delegada responsável, Anna Marien, a suspeita é de que a motivação do assassinato seja um desacordo comercial sobre pagamentos de aluguel do imóvel. Janete declarou que realmente existe uma dívida por parte da suspeita, mas que ela não consegue informar o valor exato. “A suspeita locava aquele imóvel do proprietário e, ao sair da residência, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial. E, a partir daí, várias discussões e desentendimentos entre eles, o que acabou resultando nesse crime bárbaro”, afirmou.
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