Assim como outros famosos, Luciana Gimenez, 54 anos, também foi vítima de um golpe virtual. Segundo a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, a apresentadora registrou um boletim de ocorrência após um perfil do Instagram tem utilizado a imagem e a voz dela, para divulgar descontos de roupas, acessórios e calçados da marca de luxo Prada através de inteligência artificial.
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Ainda de acordo com Fábia, o boletim de ocorrência feito por Gimenez teve seu registro em 25 de agosto e nele consta o crime de estelionato. O perfil Outlet Brazil usa um vídeo falso da artista para divulgar os produtos. A famosa não tem qualquer vínculo com a página e nunca gravou os conteúdos.
Luciana Gimenez já acionou o corpo jurídico de sua equipe para tomar as medidas cabíveis sobre o assunto. Além disso, seus advogados também estão tentando entrar em contato com a Meta, empresa responsável pelo Instagram, para que tomem alguma atitude.
“A tecnologia, quando bem usada, pode levar a humanidade a evolução, mas pessoas de mal caráter tem usado a inteligência artificial para praticar crimes. Estou sendo vítima de um crime, onde minha imagem e voz, com áudio criado por IA, falam de promoções e bazar, de uma marca de luxo, que não estão acontecendo. Não acreditem, é um golpe!”, afirmou Luciana em conversa com a colunista Fábia Oliveira.
“Essas pessoas são criminosas e eu, junto ao meu corpo jurídico, estamos tomando as medidas legais. Conto com a ajuda da Meta para tirar essas publicações do ar”, completou a apresentadora do programa “SuperPop”, da RedeTV!.
O Glow News procurou Alexandre Pinto, CEO da Diferenciall Tecnologia & Consultoria e Especialista em Tecnologia e Sistemas de Informação pela UFF, que explicou o golpe virtual sofrido por Luciana Gimenez.
“A utilização de IA (Inteligência Artificial) de forma fraudulenta para o uso não autorizado da imagem de famosos por empresas para promover produtos é uma questão séria que tem ganhado destaque recentemente. Esse problema vem ocorrendo de várias maneiras e pode ter diversos impactos reputacionais e até mesmo legais, ainda que para este último ainda precisemos de legislação. Os fraudadores têm utilizado o que chamamos de Deepfakes que são imagens, áudios e vídeos criados através de Tecnologias de IA“, diz o especialista.
“As criações são falsas, mas parecem muito reais, utilizando a imagem e a voz de celebridades sem a sua autorização. Essa falsificação criada com qualidade é em geral muito convincente, engana o público e dá a impressão de que a celebridade está endossando um produto ou serviço. Os perfis falsos ou até mesmo hackeados nas redes sociais são utilizados para promover produtos fraudulentos. No final das contas, com a desinformação criada pode-se ter danos à reputação da celebridade e possíveis prejuízos financeiros para os consumidores que acabam sendo enganados“, destaca Alexandre Pinto.
Uso indevido de imagem
O uso não autorizado da imagem de uma pessoa viola os direitos de imagem, que são protegidos por lei na maioria dos países. Qualquer pessoa que se sentir prejudicada pode entrar com um processo por danos morais e materiais buscando ser indenizado pelos prejuízos causados a sua imagem e reputação. Já o consumidor também pode exigir seus direitos pela publicidade enganosa, que pode ser considerada fraude segundo as regulações das leis de proteção ao consumidor. Tendo em vista a evolução acelerada das tecnologias, ainda não temos uma legislação para regular em especial as IAs.
Essa situação é bem complexa e exige esforços coordenados entre todos nós, sejam pessoas comuns, celebridades, plataformas de mídia social, órgãos reguladores e consumidores de uma forma geral. Uma das principais formas de evitar problemas é sempre buscar confirmações do que está sendo ofertado, analisar a empresa que está fazendo a publicidade, checar sua idoneidade e sempre desconfiar de ofertas muito fora da realidade. Também é muito importante ao constatar uma fraude fazer uma denúncia para evitarmos que outras pessoas possam cair no golpe.
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