Isis Valverde e o filho Rael (Reprodução/montagem web)

Isis Valverde e o filho Rael (Reprodução/montagem web)

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É possível não amar seu próprio filho, como a atriz Isis Valverde? Especialista explica!

No programa ‘Sábia Ignorância’, do GNT, a atriz fez uma reflexão sobre a maternidade e compartilhou um momento de vulnerabilidade

Ao participar do programa ‘Sábia Ignorância’, comandado por Gabriela Prioli no GNT, na segunda-feira, 26, a atriz Isis Valverde, 37 anos, fez uma reflexão sobre a maternidade e compartilhou um momento de vulnerabilidade ao admitir que só compreendeu o verdadeiro amor de mãe quando seu filho, Rael, completou oito meses de vida.

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Na atração, Isis relembrou sua luta contra a depressão pós-parto: “Com três meses, a minha vida começou a ficar cinza. Chorava do nada, sentada na mesa. Comecei a perceber que tinha alguma coisa muito errada. Foi quando descobri que estava com depressão pós-parto”, contou a famosa.

“Foi muito delicado para mim, mas eu saí bem. A minha médica me deu um suporte, eu tomei um negocinho natural que deu para eu sair. Tive um contato bem rápido (com a depressão pós-parto), mas foi bem forte para mim”, continuou, revelando ter tido dificuldades para conhecer e criar uma conexão com o herdeiro.

Isis Valverde ainda disse que sofreu com a pressão externa, especialmente quando as pessoas a questionavam se o filho não era o “amor da vida dela”. Isso porque ela enfrentou dificuldades para criar laços e compreender o que realmente era o amor de mãe, algo que só aconteceu depois que o herdeiro expressou sua primeira reação aos oito meses.

“Você olha para criança (faz uma expressão estrábica) e ela nem te olha. Ela chora, faz xixi, aí você pensa: ‘amor da vida? Mas eu não conheço essa pessoa que está aqui. Essa criança, não sei quem é, ela nunca falou comigo. Fiquei com aquilo guardado dentro da caixinha de culpa”, desabafou.

“Ele, com oito meses, começou a olhar para mim. Fui à academia de manhã cedo, porque tinha esse momento. Cheguei, subi a escada e nesse dia ele olhou para mim e riu. Ele me reconheceu! E foi ali a primeira conexão e tive a certeza que era a melhor coisa do mundo. E é”, finalizou Isis ao se declarar para o herdeiro, que é fruto de um antigo relacionamento com o modelo André Resende.

É possível não amar seu próprio filho?

“Quando falamos sobre ansiedade e depressão pós-parto, é importante entender que a depressão pós-parto é uma condição clínica fisiológica e mental, mas que tem uma forte origem na questão hormonal e fisiológica”, explica o psicólogo Alexander Bez ao Glow News.

“A gestação traz uma série de sentimentos intensos e complexos, que são parte do código genético da mulher e estão profundamente enraizados na concepção natural e no ato de dar à luz. Em psicologia, essas emoções são descritas como profundamente poderosas. É justamente a intensidade dessas emoções que pode levar à depressão, pois elas geram uma excitação e ansiedade específicas relacionadas à gestação”, continua.

Segundo Alexander Bez, os sentimentos de ansiedade e excitação podem ser precursores da depressão pós-parto, que é uma depressão inesperada e pode tornar a experiência muito mais complicada. “Muitas vezes, essa depressão é sentida como uma emoção completamente antagônica e não imaginada, mesmo por mulheres que já sofreram de depressão anteriormente. Vale mencionar que nem todas as mulheres com histórico de depressão experimentarão depressão pós-parto; esta condição é muito específica e pode depender de fatores familiares e genéticos”.

Amor entre mãe e filho

Outro aspecto importante é o fato de que a depressão pós-parto pode impedir que a mãe sinta amor pelo seu filho. Há casos, como o de Maísa, onde ela só conseguiu amar seu filho oito meses depois. Isso não é um reflexo de seu caráter, mas sim da condição da depressão pós-parto, que pode bloquear a capacidade de sentir amor, causando, em alguns casos, pensamentos suicidas ou de machucar o bebê. Isso não significa que a mãe seja psicótica, mas sim que está sofrendo de uma condição severa.

“Baby blues”

Além disso, é importante distinguir entre depressão pós-parto e “baby blues”. O “baby blues” é uma forma mais leve de depressão que pode ocorrer após o parto, caracterizada por sentimentos de tristeza e mudanças de humor que geralmente duram poucos dias. Se esses sintomas persistirem por mais de uma semana, já não estamos mais falando de “baby blues”, mas sim de depressão pós-parto.

Sintomas de depressão pós-parto

Os sintomas da depressão pós-parto incluem alterações bruscas no humor, choro excessivo, problemas de sono, dificuldade de concentração, mudanças no apetite e uma profunda tristeza, que é o principal sintoma da condição e que pode impedir a mãe de amar seu filho.

Diagnóstico

A depressão pós-parto é uma complicação mental muito severa e pode ocorrer em diferentes gravidezes da mesma mulher. Um diagnóstico correto é fundamental, pois a condição pode ser confundida com outros tipos de depressão, especialmente devido às mudanças hormonais que ocorrem durante e após a gravidez.

É importante destacar que a depressão pós-parto é uma disfunção neurometabólica que envolve o sistema endócrino da mulher. Essa condição pode começar ainda durante a gravidez e se estender até o período pós-parto.

Tratamento

Para o tratamento da depressão pós-parto, o uso de ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores de humor pode ser necessário, além do acompanhamento psicoterapêutico. A medicação deve ser sempre prescrita e monitorada por um médico, considerando a fase de amamentação e outros fatores. Portanto, é essencial entender que a discussão sobre depressão pós-parto começa organicamente e não apenas no campo psicológico.

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