O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) anunciou a instauração de sindicâncias para apurar a conduta da cirurgiã plástica Jeanine Ayub, que enfrenta pelo menos 30 ações judiciais na esfera cível, a maioria relacionada a alegações de negligência, danos morais e materiais, além de pedidos de devolução de valores.
+Irmã de Neymar publica foto com Helena, filha de Amanda Kimberlly, e clique surpreende
+“Gigolô e interesseiro”: Rodrigo Godoy se revolta com críticas sobre relação com Preta Gil
A investigação ocorre sob sigilo e pode demorar até seis meses para ser concluída. O órgão não revelou o número exato de denúncias registradas contra a profissional. Entre as acusações, estão relatos de infecções, falta de orientação e acompanhamento pós-operatório, além de problemas estéticos não corrigidos e sequelas.
Uma reportagem da RBS TV, afiliada da TV Globo no RS, conversou com nove pacientes operadas pela médica entre 2020 e 2024. Entre elas, a cabeleireira Camila Ester Pereira da Silva, que passou pelos procedimentos de abdominoplastia e lipoaspiração. “Sinto dores até hoje. Eu não posso usar calça jeans. Me dói muito. Eu fico muito inchada todos os dias. Ou seja, eu paguei pra sofrer. Antes eu tinha vergonha, agora eu sofro”, relatou ela.
Cabeleireira Camila Ester Pereira da Silva acusa médica de deixar sequelas em cicatriz (Reprodução/ RBS TV)
Médica se defende
A equipe de defesa de Jeanine Ayub ressaltou o histórico da médica. A defesa ressaltou que a cirurgiã já realizou mais de 1,3 mil procedimentos, que ela não possui condenações judiciais e que mantém seu registro regular no Cremers. O advogado ainda acrescentou que a médica moveu ações judiciais contra as pacientes por calúnia e difamação.
“Então eu entendo que teria os dois pontos, tanto a ideia de se tentar algum dinheiro, extrair algum dinheiro da doutora Janine, como também uma insatisfação pelo resultado da cirurgia que para essas pacientes elas entendem que não é o melhor resultado do mundo. Agora, é interessante relatar que elas fizeram outras cirurgias e isso que precisa ser verificado, se foi realmente a cirurgia da doutora Janine ou se foi outras cirurgias realizadas”, diz o advogado Carlos Reverbel.
Outras denúncias
A investigação está sendo conduzida pela Delegacia da Mulher de Porto Alegre. Além das ações civis e das sindicâncias no Cremers, oito vítimas também relataram os casos à Polícia. “Todas (as mulheres) foram encaminhadas a exame de corpo e delito e a gente necessita do resultado desses exames para que a gente possa aferir se são lesões culposas, leves, ou até pelas fotos e relatos, lesões graves”, explica a delegada Tatiana Bastos.
A advogada Gabriela Von Diemen, que representa três das mulheres que denunciaram a médica, também se manifestou sobre o assunto. Segundo ela, os problemas vão além das complicações, envolvendo questões como pagamentos sem recibo, ausência de contrato e negligência no atendimento.
“Nesses processos, o pedido de dano estético, ele nem é o foco principal da ação. O foco principal da ação é o dano material, que é o valor que elas despenderam, né? O dano moral, porque o psicológico delas ficou totalmente abalado”, diz Gabriela.
Outra paciente que se consultou com Jeanine Ayub foi a representante comercial Desirê Sirencrantes, que fez múltiplos procedimentos cirúrgicos, incluindo cirurgia das pálpebras, aumento dos seios e lipoaspiração.
A cirurgia nos seios foi realizada em 2022 e Desirê relata que ainda enfrenta problemas com pontos abertos e cicatrizes visíveis. “Eu tenho pontos abertos até hoje no seio. Esse meu seio aqui, na verdade os dois são irreconhecíveis, assim, não tem mamilo, não tem nada, é só cicatriz. E muita pele, é extremamente caído. A volta dele, assim, é só cicatriz, e embaixo eu tenho pontos abertos”, conta Desirê.
Pacientes acusam cirurgiã plástica de negligência (Reprodução/ RBS TV)
Pacientes acusam cirurgiã plástica de negligência (Reprodução/ RBS TV)
Gabriela Duarte revela as consequências das opiniões da mãe, Regina Duarte, sobre política
