Liam Payne (Foto: Reprodução/Instagram)

Liam Payne (Foto: Reprodução/Instagram)

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Caso Liam Payne: psicólogo alerta sobre a importância de cuidar da saúde mental

O psicólogo Alexander Bez analisou o caso do cantor Liam Payne e fez alguns alertas sobre a importância de cuidar da saúde mental

Na quarta-feira, 16, o cantor e compositor britânico Liam Payne, ex-integrante do One Direction, aos 31 anos, foi encontrado morto no hotel Casa Sur, localizado na cidade de Buenos Aires, na Argentina. Segundo informações da imprensa do país, Liam caiu do terceiro andar do hotel Casa Sur, na capital argentina. As autoridades confirmaram a morte ao La Nación.

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Em uma declaração à Associated Press, o diretor de comunicações e porta-voz do Ministério da Segurança de Buenos Aires afirmou que Payne “pulou da sacada de seu quarto”.

Eles informaram ainda que a polícia correu para o local em resposta a uma chamada de emergência, logo após as 17h, horário local, alertando sobre um “homem agressivo que poderia estar sob a influência de drogas ou álcool”.

Ainda de acordo com a Associated Press, no registro da ligação, o gerente do hotel disse que tinha “um hóspede sobrecarregado com drogas e álcool”. “Ele está destruindo o quarto inteiro e precisamos que você envie alguém, por favor”, exclamou.

Na ligação, o gerente reforçou que estava preocupado pelo fato de o quarto de Liam ter uma sacada.

Alberto Crescenti, chefe do Sistema de Atenção Médica de Emergência (SAME) da Argentina, afirmou à imprensa local que a causa da morte está sendo investigada e que o corpo do cantor passará por uma necrópsia. Ele afirmou que o artista caiu de uma altura de cerca de 13 a 14 metros e que a morte foi instantânea.

Problemas de saúde mental

Durante uma conversa no programa Straight Talking com Ant Middleton, em 2019, Payne revelou suas dificuldades com a saúde mental. Na ocasião, ele confessou que enfrentava pensamentos suicidas há anos.

“Ser famoso é como passar por uma crise de meia-idade. Tenho sorte de ainda estar vivo”, desabafou. Ele mencionou que a luta contra esses pensamentos ainda era um tema delicado. “Não consigo me aprofundar muito nisso. Não fiz as pazes com esse lado da minha vida”, afirmou Liam, deixando claro que a fama trouxe mais desafios do que aparentava.

O artista ainda refletiu sobre o impacto do sucesso na vida pessoal e no isolamento que muitos artistas sentem, apesar do carinho de milhões de fãs. “Há momentos em que a solidão é esmagadora, mesmo com a presença constante de outras pessoas. Isso quase me destruiu em várias ocasiões. Passei por uma fase muito complicada, mas tive a sorte de contar com pessoas maravilhosas ao meu lado. Às vezes, a pressão só aumenta, mas acreditei que, mesmo nos momentos mais sombrios, as coisas iriam melhorar”, disse.

A distância do filho e a agenda intensa também foram fatores que contribuíram para o desgaste emocional. “Me sinto extremamente solitário quando fico dias sem vê-lo. Parece que tenho tudo, mas algumas peças ainda faltam. A incerteza é algo constante na minha vida e não sei até quando vai durar. Além disso, há boatos que surgem semanalmente e são difíceis de ignorar. Confiar nas pessoas se tornou um grande desafio”, concluiu.

À reportagem do Glow News, o psicólogo Alexander Bez analisou o caso do cantor Liam Payne e fez alguns alertas sobre a importância de cuidar da saúde mental. Leia na íntegra!

“Quando falamos de suicídio relacionado à depressão, é essencial compreendermos que a verbalização do desejo de morrer é, na verdade, um pedido de ajuda. A pessoa que expressa esses sentimentos está, de certa forma, buscando socorro, e essa verbalização deve ser vista como um meio de comunicação crucial. Cada vez que alguém menciona pensamentos suicidas, essa fala deve ser acolhida e tratada com seriedade, nunca ignorada, pois pode ser a chave para a prevenção do suicídio. Quando a pessoa verbaliza que deseja tirar a própria vida, isso é um sinal importante que precisa ser devidamente compreendido e levado em consideração.

Ao abordarmos questões psiquiátricas, lembrando que a depressão é uma delas, o uso de substâncias ilícitas é completamente contraindicado. Mesmo a maconha, considerada por muitos como uma droga leve, pode ser fatal em pessoas com transtornos psiquiátricos. Da mesma forma, o álcool, apesar de ser uma substância legal, deve ser evitado por quem sofre de depressão ou ansiedade. O álcool, que é um depressor do sistema nervoso central, agrava a depressão e intensifica os transtornos de ansiedade, devendo ser retirado da vida da pessoa afetada. Tanto o álcool quanto outras drogas têm o potencial de piorar significativamente qualquer transtorno de saúde mental, aumentando o risco de pensamentos suicidas.

Ao contrário do que muitos acreditam, o álcool não relaxa; ele deprime o sistema nervoso. O que muitas vezes é confundido com relaxamento é, na verdade, o efeito de depressão que ele provoca no organismo. Há uma diferença grande entre consumir uma taça de vinho em um jantar ocasional e fazer uso frequente e excessivo de álcool. O uso contínuo pode ser extremamente prejudicial, especialmente em pessoas que já sofrem de depressão.

Há vários fatores agravantes aqui: a verbalização do desejo suicida e o consumo de álcool, que potencializa os sintomas depressivos. Esse uso pode aumentar o risco de suicídio em uma pessoa que já sofre de depressão.

Outro ponto relevante é a relação entre a fama e a saúde mental. Para pessoas que vivem na mídia, há sempre altos e baixos. Quem depende da exposição midiática, se não estiver constantemente nos holofotes, pode ver seu estado depressivo se agravar. Se essa pessoa já tem uma predisposição para depressão, os momentos de baixa visibilidade ou isolamento podem desencadear pensamentos destrutivos. Quando esses pensamentos não são adequadamente tratados, o risco de suicídio aumenta. No caso citado, parece provável que ele tenha tirado a própria vida, embora não se possa descartar completamente a hipótese de um acidente, como uma queda devido à embriaguez. A investigação deverá esclarecer se foi suicídio ou uma queda acidental.

No entanto, é sabido que ele já tinha problemas de saúde mental e pensamentos suicidas, além de viver uma situação de solidão. Esses fatores compõem uma tríade negativa e perigosa para quem sofre de depressão: saúde mental fragilizada, pensamentos suicidas e isolamento. Para pessoas sem depressão, a solidão pode não ser um problema, mas para quem sofre desse transtorno, ela é insuportável e não pode ser administrada de forma adequada.

O álcool, longe de ajudar, só piora a situação, intensificando a depressão e a ansiedade. Se o indivíduo já tem ideação suicida, o consumo de álcool pode potencializar esses pensamentos de forma perigosa. Em resumo, é preciso tratar essas questões com a seriedade que merecem.

É importante não tomar exemplos como este relato verbal e generalizar, acreditando que toda pessoa com depressão terá a mesma experiência. A depressão afeta uma parte das pessoas, e vale lembrar que se trata de uma condição clínica. Isso é muito importante. A depressão é uma questão médica, e muitas vezes, o primeiro sinal vem por meio do relato pessoal. Esse relato pode servir como um alerta mental, ajudando a identificar a condição em outras pessoas que apresentam sintomas semelhantes. Assim, esses exemplos podem ser usados positivamente para cuidar da saúde, uma vez que, embora a depressão não tenha cura, é possível obter bons resultados com o tratamento adequado.

O tratamento da depressão consiste na combinação de psicoterapia e medicação. Essa abordagem é fundamental, pois o tratamento pode fazer toda a diferença entre viver e não viver. Então, é essencial entender a importância de seguir o tratamento, que inclui psicoterapia, medicação, e, em muitos casos, outras formas de apoio, como terapias complementares e atividades físicas, como a ginástica. Tudo isso é muito importante, mas o tratamento básico é, de fato, a psicoterapia aliada à medicação.

Vale ressaltar também que não existe tratamento eficaz para a depressão sem o uso de medicação. A psicoterapia é muito importante e, em casos de depressão, costuma ser eficaz em cerca de 60% dos casos. No entanto, a medicação entra para complementar o restante do tratamento. É por isso que é crucial entender como funciona a saúde mental. São questões que podem ser contornadas, mas a depressão está sempre associada a altos e baixos. Não estamos falando aqui de transtorno bipolar, mas sim de depressão, onde o estado mental pode variar de dia para dia, sendo marcado por um sentimento constante de desânimo e tristeza.

É importante entender que fama e dinheiro não curam a depressão. Na verdade, podem até piorar a situação, pois a pessoa pode sentir a pressão de manter uma imagem ou lidar com questões complexas que não deseja enfrentar. Portanto, é fundamental saber lidar com esses desafios e usar casos como este como um alerta para cuidar da saúde mental.”

Quem era Liam Payne?

Liam James Payne, que era conhecido como Liam Payne, nasceu em 29 de agosto de 1993 em Wolverhampton, Reino Unido. A ascensão do cantor na indústria musical aconteceu em 2010, após sua passagem pelo show de talentos The X Factor, uma das juradas do programa, Nicole Scherzinger, sugeriu que ele formasse uma banda. Daí surgiu o famoso grupo One Direction, formado por Payne, Harry Styles, Niall Horan e Louis Tomlinson.

Em 2011 lançaram seu álbum de estúdio Up All Night, o primeiro a estrear em primeiro lugar na Billboard no Reino Unido.

Liam fez parte do One Direction até o fim do grupo, em 2016. Em 2019, ele lançou seu único álbum solo, “LP1”.

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