A atriz Maria Flor, que costuma gravar vídeos com o marido, o psicoterapeuta Emanuel Aragão, sobre relacionamentos e comportamento, viralizou nas redes sociais após revelar que o “casamento é uma ‘instituição falida”. Em um trecho, ela ainda contou ter dificuldade em encontrar tempo para conversar com o marido.
“O casamento, queria contar para vocês, é uma instituição falida, que não dá certo, que está fadada ao fracasso e ao ódio pelo outro”, diz Maria Flor, que está no ar na novela ‘Garota do Momento’, da Globo.
No vídeo, a atriz também fala que as conversas entre o casal são difíceis de acontecer por conta de outras obrigações, como a casa, as carreiras de ambos, o filho Vicente, de 2 anos, e o enteado Martin, de 10, de um relacionamento anterior do escritor.
“A gente não tem tempo de conversar, a gente não se fala mais. Falamos ‘o que a gente vai jantar hoje?’, ‘você comprou o pão?’, ‘tem carne assada?’. É o tipo de conversa que a gente tem, é uma situação muito triste em que a gente se encontra”, completou Maria.
Casamento é uma instituição falida?
Procurado pela reportagem do Glow News, o psicólogo Alexander Bez analisou a fala da atriz Maria Flor, explicou e deu dicas de como ter um casamento saudável e feliz, mesmo com as dificuldades do dia a dia.
“É importante que as pessoas entendam que, para um relacionamento dar certo, é preciso saber qual tipo de relação elas desejam. Em um casamento, o grande segredo é perceber que ele não funciona sozinho. Muitas vezes, ouvimos dizer que o casamento é uma ‘instituição falida’, mas isso não é verdade. O casamento não está falido; ao contrário, ele depende de dedicação e compromisso.
Hoje em dia, muitas relações são construídas sem sentimentos profundos, e o que realmente sustenta um casamento é a união, o compartilhamento, a identificação, a confiança e a harmonia conjugal. Segurança não se limita ao aspecto financeiro; envolve também a confiança entre o casal. A convivência íntima e sexual é um dos pilares importantes, assim como esses outros aspectos, que precisam ser equilibrados.
Estou escrevendo um livro sobre esse tema, focado nesses pilares. Um ponto essencial que muitos ignoram é a necessidade de paixão. Quando alguém se casa apenas pela aparência ou por um momento de empolgação, sem base em sentimentos reais, o casamento pode fracassar. A paixão é o que impulsiona o relacionamento e dá sustentação à prosperidade matrimonial. Quando um casal deixa de conversar ou de se conectar, é porque essas bases fundamentais não foram cultivadas, ou nunca existiram.
É necessário manter a ‘manutenção’ da relação, alimentando o sentimento, para que o amor e a paixão não morram, evitando o distanciamento emocional. Quando um distanciamento ocorre, pode ser difícil restabelecer a conexão.
A ideia de que o casamento é uma instituição falida muitas vezes é sustentada por pessoas que, emocionalmente, não têm estrutura para um relacionamento duradouro. Nem todos nasceram para o casamento, especialmente aqueles que não possuem uma base emocional sólida. A monogamia, na prática, funciona melhor para a maioria das pessoas, pois requer dedicação e foco em uma só relação.
A rotina e o estresse do dia a dia são grandes inimigos do casamento. Porém, quando há paixão, existe o medo de perder a pessoa amada, e isso mantém o relacionamento ativo. O casamento precisa de movimento contínuo, assim como um corpo precisa de exercícios para se manter saudável. Esse movimento conjugal ajuda a evitar o desgaste causado pela rotina.
A paixão é um sentimento profundo, que envolve uma identificação de alma com alma. Ao contrário do que alguns filósofos antigos acreditavam, a paixão não é uma ilusão; é um sentimento real, que dá vida ao amor no casamento. O que diferencia o amor entre parceiros do amor por familiares e amigos é o aspecto sexual, que só se sustenta com a paixão. Quando falta paixão, o casamento entra em declínio.
Hoje em dia, com o impacto da mídia e dos aplicativos de relacionamento, as relações enfrentam novos desafios, como compulsões e conflitos emocionais, que podem atrapalhar a estabilidade matrimonial. Para que o casamento prospere, ambos precisam estar bem consigo mesmos e prontos para se doar ao outro. O casamento é uma relação de doação mútua, onde a individualidade deve ser respeitada, mas em harmonia com a união.
A movimentação conjugal é essencial para um casamento saudável. Essa movimentação não significa apenas sacrifícios, mas também uma constante troca que sustenta a relação e a torna agradável. Mesmo nas relações mais apaixonadas, haverá conflitos, e é aí que a paixão exerce um papel importante, ajudando a superar esses momentos. Quando o diálogo e a conexão emocional desaparecem, o casal pode se tornar como estranhos. Se essa ‘fenda’ emocional se instala e se amplia, muitas vezes é irreversível.
Por isso, é importante que as pessoas saibam controlar seus sentimentos, tenham paciência e, acima de tudo, saibam lidar consigo mesmas e com o outro. A ponderação e o respeito mútuo são fundamentais para a manutenção de uma relação saudável.”
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