Oi Jojo. Hoje, venho em clima de paz, buscando um espaço de diálogo após ouvir uma recente participação sua em um podcast. Você falou sobre a Janja, sobre a foto com a Michelle Bolsonaro… Mas nossa conversa aqui não é sobre política.
Em certo momento, você disse: “De onde você tirou que o pobre negro tem que ser esquerdista?”. E, olha, Jojo, eu concordo com você que ninguém deve ser criticado pela escolha de se assumir de direita ou qualquer lado político; você tem todo o direito de expressar suas crenças. Só que me soa um pouco estranho, porque lá atrás parecia que você fazia questão de esconder essa posição. A nossa conversa também não é sobre o dinheiro e a fama que você conquistou com os antigos discursos. É, apenas, sobre gratidão.
A insatisfação de parte da comunidade LGBTQIA+, na verdade, reflete um certo afeto e consideração que essa comunidade sempre teve por você. A comunidade que te acolheu e te deu voz, e talvez não fosse preciso se afastar dessa forma. Foi mais uma rejeição de alguém especial.
É sobre Respeito e Diálogo. Sei que, no ‘berro’, você aprendeu a vencer discussões e até ganhar reality show, mas talvez não seja no grito que se transmita a mensagem mais importante dessa nova fase da sua vida.
Para ilustrar, vou tomar a liberdade de parafrasear algo que você mesma disse nesse podcast: “Deus me trouxe livre, livre de qualquer amarra. Vocês querem colocar as ideologias de vocês dentro de mim. As pessoas querem fazer a gente engolir o que acham certo. Enquanto vocês acharem que o mundo é do jeito que vocês pensam e que as pessoas precisam viver do jeito que vocês pensam nós vamos viver um eterno retrocesso.” Se essa fala fosse dita por uma pessoa LGBTQIA+, talvez você percebesse como esse discurso é universal – assim como o amor de Jesus, a quem tenho profunda devoção.
Podemos, sim, ser uma “metamorfose ambulante” e não ter uma opinião formada sobre tudo, como cantava Raul Seixas. Mas gratidão e respeito sempre serão bem-vindos, Jojo.
Um abraço
Ver essa foto no Instagram