Nesta quarta-feira, 4, a Igreja Bola de Neve emitiu nota oficial acusando a pastora Denise Seixas de invadir a sede da instituição em São Paulo, causando tumulto e demitindo colaboradores sem autorização. A igreja registrou um boletim de ocorrência contra a pastora, relatando o episódio, que ocorreu na última sexta-feira, 29.
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Denise é ex-esposa de Apóstolo Rina e briga pela presidência da Bola de Neve após a morte do ex-marido. De acordo com informações da página O Fuxico Gospel, a igreja relata que a pastora, acompanhada de seus representantes, “invadiu a sede da igreja, causou tumulto e chegou até a ‘demitir’ e expulsar colaboradores do templo, como se tivessem poderes para tanto”.
A página também afirma que a instituição entrou com uma ação de reintegração de posse na Justiça, pedindo providências legais contra as ações da pastora. Em nota enviada ao UOL, a Igreja reforçou que Denise não tem direito à presidência por ter renunciado ao cargo de vice em agosto deste ano.
“A Igreja Bola de Neve reafirma que a pastora Denise Seixas renunciou ao cargo de vice-presidente. Ela foi acionada pela igreja após invadir a sede da instituição na última sexta-feira, ocasião em que até chegou a ‘demitir’ funcionários e expulsá-los do templo, causando um ambiente de desnecessário conflito, conforme boletim de ocorrência registrado.”, afirmaram.
Entenda o imbróglio entre Denise Seixas e a Igreja Bola de Neve
Após a morte do fundador da igreja, Apóstolo Rina, em novembro, foi realizada uma assembleia para eleger a nova direção, que aguarda o registro cartorial. Contudo, a defesa de Denise Seixas alega que a pastora deveria ter assumido a presidência, conforme o próprio estatuto da instituição, de acordo com assembleia realizada em 9 de junho de 2016, que empossou Denise como vice-presidente por tempo indeterminado.
A igreja, contudo, alega que Denise renunciou ao cargo de vice-presidente em 27 de agosto deste ano, como parte de um acordo assinado por ela e seus advogados. De acordo com reportagem do UOL, antes de sua morte, Rina teria constituído o advogado da Bola de Neve, Renê Guilherme Koerner Neto, como procurador da igreja. A defesa da pastora alega que ela enfrentou resistência para assumir a presidência, tanto por parte de Renê quanto de Everton Cesar Ribeiro, que gerencia as receitas da instituição, movimentando até R$ 250 milhões anuais.
A Bola de Neve se defende reforçando que Denise não era mais vice-presidente na ocasião da morte de seu ex-esposo, Apóstolo Rina. “O questionamento em torno da legitimação dos membros do escritório Urbano Vitalino Advogados, dentre eles Renê Koerner Neto, para representar os interesses da Igreja Evangélica Bola de Neve, segue a mesma lógica do imbróglio criado pela Pastora Denise Seixas que, ato contínuo ao falecimento de Rinaldo Seixas, seu ex-esposo e fundador da organização, autoproclamou-se presidente em exercício ignorando o fato de, poucos meses antes ter firmado, na companhia de sua advogada, documento escrito em que expressamente renunciava à condição de vice-presidente que até então exercia.”
E completou: “É com essa situação idealizada e inverídica que a Pastora Denise tem se dirigido a membros, pastores, colaboradores e fornecedores da entidade, por vezes questionando seus vínculos, outras sugerindo estar tomando decisões para as quais, a rigor, não detém qualquer competência.”
Já a defesa de Denise contesta a renúncia da pastora à vice-presidência, alegando que “o acordo que seria feito não foi levado adiante. É um documento particular entre Denise e Apóstolo Rina. Após essa data, Denise e Rinaldo estavam reatando o casamento, tanto é verdade que o processo de divórcio foi suspenso. Esse documento nunca foi apresentado no processo judicial. Não houve acordo do divórcio, só teve uma tratativa, mas que não foi levada adiante pelas partes”, concluiu Anderson Alves Albuquerque, advogado de Denise Seixas.
Batalha judicial
A pastora Denise Seixas, viúva do Apóstolo Rina, entrou na Justiça, na última sexta-feira, 29, com um pedido de anulação de reintegração de posse da Igreja Bola de Neve. Dessa forma, a pastora solicita o controle da igreja.
Seu advogado, Anderson Albuquerque, alega que há irregularidades no pedido de reintegração de posse ajuizado pela Igreja Bola de Neve, afirmando que a ação foi movida sem legitimidade, contrariando o estatuto social e as normas legais da igreja.
Já a Igreja Bola de Neve informou em nota ao UOL que “após pesquisa no sistema judicial, descobriu-se não ter havido ingresso de qualquer ação anulatória contra a inicial da Bola de Neve, informação equivocadamente repassada pelos advogados da pastora Denise à reportagem.”
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