Nesta terça-feira, 17, o ator britânico Adam Pearson conversou com a revista People sobre a neurofibromatose, condição rara que ele descobriu aos 5 anos de idade e que lhe causou desfiguração facial. Hoje, com 39 anos, o artista reflete sobre a reação das pessoas à sua doença e como ela lhe abriu portas em Hollywood.
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A neurofibromatose é uma doença genética que causa o crescimento de tumores, em geral benignos, ao longo dos nervos. No caso de Adam, seu rosto começou a ficar visivelmente desfigurado quando ele tinha 8 anos.
Por conta disso, o ator acostumou-se com os olhares curiosos e por vezes cruéis que recebe. Na entrevista, ele explicou como lida com a situação. “Você entra [no local] e vai fundo”, detalhou: “Tipo, ‘Oi, meu nome é Adam. Sou novo aqui. Vamos ser amigos.’”
“Acho que uma conversa honesta faz toda a diferença”, acrescentou. “A curiosidade deve ser respondida com gentileza. Tudo o que as pessoas querem é saber que você está bem e que elas ficarão bem. Depois disso, é tranquilo.”
Adam Pearson nasceu no sul de Londres e conta que, por lá, ele já ficou conhecido por suas inúmeras aparições em documentários britânicos e realities. “Sou querido, e, felizmente, as pessoas parecem embarcar no que eu faço”, disse. Em tom de brincadeira, ele se descreve como “o cara deficiente favorito de Deus” e afirma: “Acho que posso provar!”. Apesar do bom humor, Adam conta que o ensino médio foi particularmente doloroso: “Eu respirava fundo antes de passar pelos portões e tentava me segurar.”
Assim como o ator, seu irmão gêmeo possui a mesma condição, mas no caso dele, a doença não apresentou sinais externos. Devido ao excesso de tumores, Adam já passou por 39 cirurgias para tentar remover alguns. Ele conta que já perdeu a visão total de um dos olhos por conta da neurofibromatose.
Ainda assim, o artista se mantém positivo e não tem pena de si mesmo: “Você pode ficar afundado em, ‘Não é justo. Por que a vida é tão cruel?’ Isso não resolve nada. Meu irmão e eu fomos criados para viver a vida que temos e não lamentar a que não temos”.
Um dos motivos para isso, segundo ele, é que a deficiência lhe abriu mais portas do que fechou. Ele conseguiu papéis em grandes filmes de Hollywood e hoje pretende fazer o possível “para acabar com o estigma da deficiência” na indústria cinematográfica.
O ator também aproveitou para alfinetar os “roteiros preguiçosos” de Hollywood em relação à deficiência: “Não acho que haja vozes deficientes suficientes alimentando o processo criativo. Fico frustrado quando as pessoas fingem que não conseguem encontrá-las. Claro, você não é obrigado, mas então não fique surpreso quando o que você criar for uma porcaria.”
O diretor Aaron Schimberg, que estava com Adam na entrevista, concorda: “Ele merece estar em outros filmes, filmes que não sejam especificamente sobre deficiência. Ele tem o que é preciso.”
Alguns dos trabalhos mais emblemáticos de Adam Pearson são os longas ‘Sob a Pele’ (2013), com Scarlett Johansson, ‘Chained for Life’ (2018), ‘Ruby Splinter’ (2022) e, mais recentemente, ‘A Different Man’ (2024), filme de Aaron Schimberg que já estreou no Festival de Sundance e chega aos cinemas no próximo dia 20.
No filme, Adam contracena com Sebastian Stan, intérprete de Bucky Barnes/Soldado Invernal nos filmes da Marvel. Stan defendeu o amigo após um jornalista escolher a palavra “monstro” para se referir ao personagem de Adam na obra. “Vou chamar sua atenção pela escolha das palavras, porque acho que parte do motivo pelo qual esse filme é importante é porque muitas vezes não temos o vocabulário certo”, pontuou Sebastian em coletiva de imprensa no começo do ano.
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