Nesta sexta-feira, 6, uma nova denúncia de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, veio à tona. A professora Isabel Rodrigues, candidata a vereadora de Santo André (SP) pelo PSB relatou o episódio ocorrido em 2019, quando, durante um almoço com um grupo de pessoas, o ministro teria colocado a mão em suas partes íntimas.
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De acordo com o relato, Isabel e Silvio foram almoçar na Praça da República, em São Paulo, junto com um grupo de pessoas que estavam em um curso dado pelo então advogado. “Eu sentei do lado do Silvio. Ele estava do lado direito, eu do lado esquerdo. Eu estava de saia. Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas, com vontade. Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem”, disse ela.
A professora contou que depois do ocorrido, tentou falar com Silvio Almeida sobre a situação. Segundo a professora, o diálogo foi o seguinte:
“Você cometeu uma violência sexual comigo, você é advogado e sabe que isso é violência”.
“Você está louca, Isabel? Quantas vezes nos encontramos e não aconteceu nada?”
“‘Mas dessa vez aconteceu, Silvio. Eu quero que você me responda. Eu consenti em você colocar a mão nas minhas partes íntimas?”
“Você está louca”.
Em seguida, Isabel Rodrigues contou que o ministro disse que procuraria uma terapia porque “tinha feito mal para uma amiga de que gostava muito”. “Entendendo melhor a situação, acredito que ele quis que eu ficasse com pena dela”, completou a professora, lamentando que, na época, realmente tenha ficado com pena de Silvio Almeida.
“Sei que podem vir pessoas dizendo que estou usando isso para me promover. Sou candidata. Se não fizer isso agora, se não prestar solidariedade a mim, às mulheres nesse momento quando as coisas estão pipocando, quando será? Quando passar? O momento é hoje”, acrescentou Isabel Rodrigues, emocionada.
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Denúncias de assédio sexual
Nesta quinta-feira, 5, o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelou que Silvio Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual. A organização confirmou ter sido procurada por mulheres que relataram supostos episódios de assédio sexual praticados pelo ministro. Entre as mulheres que o ministro teria assediado está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Silvio Almeida negou que tenha praticado os crimes. O jornalista conversou com 14 pessoas, entre ministros, assessores do governo e amigos de Anielle Franco, sobre como teriam ocorrido os supostos episódios de assédio sexual. Segundo ele, teriam ocorrido toque nas pernas da ministra, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de expressões chulas, com conteúdo sexual, ditas pelo próprio Silvio Almeida para Anielle.