Condenados pelo assassinato de Isabella Nardoni e cumprindo pena desde 2010, o ex-casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá preparam ação para anular a sentença, 16 anos após a morte da menina que na época tinha apenas 5 anos.
O casal se diz inocente até hoje e, com ambos em regime aberto, a defesa decidiu entrar na Justiça com pedido de revisão criminal, recurso que contesta decisões que já tiveram sentença definida. Neste caso, o Tribunal de Justiça de São Paulo chegou à decisão final em outubro de 2018, alegando que Nardoni e Jatobá eram culpados pelo crime.
No entanto, a defesa pediu a reativação do processo no fim de 2022, inclusive querendo saber o que foi feito com os materiais usados para realizar as perícias do caso, como amostras sanguíneas e objetos guardados no Instituto de Criminalística (IC). O objetivo é analisar as provas mais uma vez.
A juíza Andrea Coppola Brião, da Justiça de SP, rejeitou a solicitação dos advogados e disse que parte desse material, inclusive, já foi destruído com conhecimento das partes.
A magistrada destacou, ainda, que os advogados não seriam “habilitados tecnicamente” para analisar as evidências de forma direta e sugeriu que os defensores nomeassem um perito particular para justificar o pedido.
Ao Metrópoles, a defesa de Nardoni/Jatobá confirma que está buscando informações para contestar a sentença. “Estamos preparando uma revisão criminal e precisamos de alguns documentos”, afirma o criminalista Roberto Podval, líder da defesa.
O Código de Processo Penal (CPP) prevê três circunstâncias para a revisão criminal, possibilitando a autorização de diminuição de pena. Entre essas circunstâncias está a prova de inocência.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá alegaram inocência durante todo o processo, em exames criminológicos e no julgamento pela morte de Isabella. No assassinato, a menina foi agredida e jogada pela janela do 6º andar. Em 2014, Jatobá alegou que o sogro, avô de Isabella, que teria motivado o crime.
Nos documentos da progressão de pena para regime aberto de Nardoni, consta que ele sente apenas dor pela perda da filha, mas não arrependimento, pois está convicto de que não foi responsável pelo crime.
Ele foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato, enquanto Anna Carolina Jatobá foi sentenciada a 26 anos de prisão. Ambos cumprem pena em regime aberto.
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