Quem diria que eu, depois de alguns anos atuando na cobertura de celebridades, e agora, em 2025, vivendo minha tão sonhada e planejada transição para um conteúdo mais leve e positivo sobre esse movimentado universo dos famosos, me depararia com aquela clássica sensação de “ixi, desculpa, entrei na sala errada. E o plot twist? Era a sala certa! Cobrir política? Uma editoria que, como pessoa física, sempre me interessei e continuo me interessando. Mas, profissionalmente? Nunca foi meu foco. Cá estamos. Mergulhado no que vou definir como uma epifania visionária agônica. Sigo tentando encontrar a melhor maneira de noticiar as movimentações no Congresso Nacional, quem sabe combinando o tom descontraído da cobertura de reality show com a seriedade que o leitor de política espera. Tudo bem que por lá algumas intrigas até lembram as tretas do BBB ou da Fazenda e, em alguns casos, também terminam com eliminação. Mas isso é conversa para outra hora. Foquemos na pauta do dia: a disputa entre Gusttavo Lima e Ivete Sangalo pela Presidência da República.
Gusttavo Lima é o candidato da direita. Ele representa o conservadorismo embalado pelo sertanejo, pregando valores tradicionais e defendendo um governo “sem mimimi”. Não faltam falas emblemáticas em seus shows, como: “Aqui é trabalho e família, meu povo”, e até promessa de bolsa cachaça: “Quem votar em mim vai ganhar seis anos de cachaça para beber todo mês. Não terá desculpa para não beber.” Seus aliados incluem expoentes da bancada ruralista e influenciadores digitais que alertam sobre supostas ameaças comunistas e até conspirações globais.
Do outro lado, Ivete Sangalo assume a missão de representar a esquerda. Conhecida por defender a diversidade, apoiar a causa LGBTQIAPN+ e usar sua voz para falar sobre o empoderamento feminino, Ivete prometeu fazer um governo para todos, e com uma diversidade de ritmos. “Esse país precisa de mais swing e menos pancadão político”, declarou a baiana.
Nos tempos atuais, como a disputa pela quantidade de seguidores vem ganhando uma preocupante relevância, vamos à análise: Gusttavo Lima, com seus 45 milhões de seguidores no Instagram, tem vantagem numérica. Mas Ivete não fica muito atrás, somando 36 milhões de fãs na mesma rede social. A coisa anda tão maluca que alguns “coachs” estão garantindo, em vídeos que circulam a todo tempo na internet, que não é mais o eleitor que decide, é o engajamento. “Se não viraliza, não governa”, disse um desses coachs iluminados que reúnem milhões de likes. Tá explicado: é o tal desafio da comunicação, assunto que, nos últimos dias, tem rendido pano para manga no noticiário, né?
Diante dessa questão desafiadora, Veveta mandou avisar que a sorte grande dela caiu do céu: Anitta é quem vai cuidar disso! Ultimamente ainda mais próxima da artista baiana, a Global Queen, além do seu apoio, também ofereceu sua expertise em estratégia de marketing e para redes sociais. A cantora garantiu que vai mobilizar seus mais de 64 milhões de seguidores para conseguir eleger a mãe das gêmeas Marina e Helena. “Se eu fiz o Envolver chegar ao Grammy e ao 1º lugar do ranking global do Spotify, eu boto a Ivete na presidência”, declarou a cantora.
Mas a política é uma caixinha de surpresas. Gusttavo Lima deve anunciar Claudia Leitte como sua vice. A relação estremecida entre Claudia e Ivete — elas nem se seguem mais nas redes sociais — adiciona um toque de drama ao pleito. Os fãs do axé music, agora, se veem divididos entre apoiadores “Bolha de Sabão” e apoiadores “Levantou Poeira”.
Para evitar que a disputa ganhe cunhos religiosos e sequer tentem promover um confronto entre Yeshua e Iemanjá, Ivete trouxe para a coordenação de sua campanha um poderoso trio: Maria Bethânia, Caetano Veloso e o pastor evangélico Kleber Lucas. Para reforçar sua mensagem de sincretismo religioso, Ivete irá regravar, já nos próximos dias, o hit gospel “Deus Cuida de Mim”.
Mas, e Lula e Bolsonaro? Disputarão o pleito? Segundo fontes anônimas (e meu porteiro), ambos estão negociando para integrar a equipe do The Voice Política, um novo programa da TV brasileira que promete revelar o próximo talento do Congresso. Pois é. Será que vai dar certo?
Claro, tudo isso é ficção. Uma fábula com verdade incômoda. É mentira, mas parece verdade.
Quem dera fosse mero devaneio, mas, infelizmente, existe profunda conexão com a realidade. A todos os bem-intencionados, de todos os lados – centro, direita e esquerda, que desejam atuar na política deixo meu pedido: “Acelera aê! É que o povo tá cansado e até quer dançar no compasso do tchê, rê, tchê, rê, tchê, mas, tendo dignidade, justiça e dinheiro no bolso.”
Até segunda!