João Dias viu sua vida mudar de forma radical em 2024. A partir da busca pela cidadania portuguesa, o médico brasileiro teve um encontro com a família biológica depois de 28 anos.

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O profissional da saúde cresceu em Guarapuava, no interior do Paraná. Ele sempre teve a suspeita de que era adotado e interrogava os pais, que desconversavam. Então, ele formou em medicina e se mudou para Curitiba. Em 2023, a antiga desconfiança voltou quando ele decidiu buscar a cidadania portuguesa por ancestralidade.

Um dos documentos necessários para a cidadania era a certidão de casamento dos pais. Quando o recebeu do cartório, ele teve uma surpresa: sua mãe era divorciada, embora sempre tivesse dito o contrário. Além disso, descobriu que ela era nove anos mais velha do que havia afirmado. “A primeira sensação foi de muita confusão”, afirmou o médico, segundo reportagem do Fantástico.

João decidiu compartilhar o que estava descobrindo nas redes sociais para ver se alguém o ajudava a desvendar a situação. Com outros documentos originais em mão, ele achou outras inconsistências e interrogou os pais. “Isso tudo é muito bizarro. Eu tenho motivos para acreditar que eu não sou filho biológico. Então me falem, eu sou ou não sou?”.

João disse que eles não confessaram e também se negaram a fazer um exame de DNA. Contudo, algumas pessoas que viram os vídeos na internet confirmaram as suspeitas de adoção ilegal, entre eles sua tia paterna. “Quando uma dessas pessoas veio conversar comigo, falou para mim: ‘Sim, João, você realmente é adotivo. Inclusive, eu que falei para eles adotarem, porque eles já tentavam ter filhos há muito tempo’. Até a irmã do meu pai confirmou, inclusive, que eu fui adotado ilegalmente”.

Depois de descobrir a mentira sobre sua vida, João começou uma trajetória para descobrir quem eram seus pais biológicos e onde estavam. Um exame genético ajudou a identificar parentes. O laboratório de genética comparou o material de João com 400 mil perfis, procurando graus de parentesco. Então, foi possível chegar aos nomes dos tataravós. Através das redes sociais, foi encontrado o nome do possível bisavô.

“Depois disso, a gente teve uma forte desconfiança de que eu descendia de um dos filhos do Adão, que era o Marino Mallmann. A gente decidiu que iria de descendente em descendente do Marino Mallmann, perguntando: ‘Tem alguma história na tua família de uma criança que foi adotada, vendida, perdida, roubada?'”, afirmou João.

Um homem falou e indicou que João poderia ser filho de seu irmão, que hoje mora em Novo Xingu, noroeste do Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelo exame de DNA confirmou. “Na hora que eu vi o resultado, eu só coloquei a mão na cabeça, assim, eu não tinha muita reação”, disse.

Então, foi o pai quem deu as pistas sobre a mãe biológica dele, com quem teve uma relação durante o casamento. Através da internet, João encontrou Lucinéia, que vive com a mãe, Ana Maria, em Apucarana, a 260 km de Guarapuava.

“‘Mãe, tem uma pessoa que tá procurando a senhora. Diz que é filho da senhora com o Giovani’. Quando ela falou isso, parece que eu saí do sofá, fiquei flutuando, sabe? E ele ainda tem o mesmo nome que eu queria, que escolhi para ele”, afirmou Ana Maria.

Ana disse que foi sozinha para a maternidade em Guarapuava dias antes da data prevista para o nascimento do João. De acordo com a mulher, ela teria sido coagida por uma enfermeira a entregar o bebê para um casal no local. “Eu me senti mais nojenta. Sabe quando você pega dinheiro achando que… Eu vendi meu filho. Era isso que eu pensava”.

Por volta de 28 anos depois da separação dolorosa, João e a mãe se reencontraram. Os dois fizeram o exame de DNA, que comprovou que Ana era a mãe dele. “Eu quero alterar o meu nome. Infelizmente, o meu sobrenome Dias, ele se tornou um sinônimo de violência na minha vida. A adoção não é um problema, adotar é lindo. Mas mentir sobre a vida inteira de alguém é crime. A adoção ilegal priva crianças de direitos”, reforçou João.

Os pais adotivos

Eles não quiseram dar entrevista ao Fantástico, mas recorreram a um advogado para representá-los. “O João é deixado na porta daquele lar e é acolhido por aquela família. Sequer a família conhece a família biológica de João ou a pessoa que entregou o João para que eles pudessem adotá-lo”, afirma Marinaldo Ratter, advogado deles.

Ainda que adotar ou registrar filho de outra pessoa como sendo seu seja um crime, é possível que haja o perdão judicial. O responsável pela defesa deles afirma que os dois não contaram a história verdadeira com medo de perder o amor do João. “Eles deixaram de contar para o João isso porque, para os familiares, o João só tem uma família: a família que o criou, que deu o amor e que o acolheu em seu lar”.

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