O estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, foi morto com um tiro à queima-roupa por um policial na última quarta-feira, 20. Em entrevista à TV Globo, a mulher que o acompanhava disse que a ação da PM demonstrou “falta de preparo” dos agentes. “Foi totalmente desqualificado”, declarou. A mulher afirmou ter medo de sofrer retaliações, por isso não foi identificada.

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A morte foi captada por uma câmera de segurança do local. Os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, envolvidos no incidente, foram afastados de suas funções até o término das investigações. O policial responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio. As imagens das câmeras corporais utilizadas pelos PMs também serão avaliadas.

Ela vivia um relacionamento com ele há dois anos. “Ele fazia parte da minha vida. Todo dia ele estava comigo”. A mulher disse que ficou escondida em um cômodo do hotel após ter discutido com o rapaz e que “cada um ia para sua casa e amanhã a gente ia se ver de novo”.

Contudo, Marco Aurélio havia saído do hotel e voltou rápido. “Foi questão de um minuto para ele voltar com os policiais em cima dele. Encurralam ele ali. Eu não vi 100%, mas eu ouvi 100% de tudo”, afirmou. “Do nada, eu ouvi um barulho de um tiro. O moço da recepção quis me deixar dentro do quarto, eu falei que não ia ficar, eu precisava sair de lá para chamar a família dele e tudo. Estavam os dois [policiais] armados e, se reparar, ele [Marco] entra, e o policial já está apontando a arma para ele. Desde lá de fora, eu não sei o que aconteceu lá fora, eu não sei se ele realmente deu esse soco”.

“Eles têm instrumentos de choque, eles têm algema, eles têm muitos meios sabe? Então, para mim, ele [policial que atirou] foi totalmente desqualificado”, completou ela.

Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, em sua primeira manifestação pública depois de ser cobrado pela família do estudante de medicina morto por um policial militar, falou que “abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”.

A morte do estudante de medicina

A jovem contou, m depoimento à Polícia Civil, que conheceu o estudante há dois anos, que criaram uma “relação de afinidade” e que Marco estava devendo cerca de R$ 20 mil a ela. Na quarta-feira, o rapaz alugou um quarto no Hotel Flor da Vila Mariana por cerca de uma hora, localizado na Rua Cubatão. A moça, para cobrar a dívida, contou que aceitou ir ao local em que recebeu R$ 250.

De acordo com o depoimento, eles discutiram e, em certo momento, o Marco teria a agredido na cabeça. Depois, o recepcionista do hotel ligou para perguntar o que aconteceu. De acordo com a moça, o recepcionista ligou para a Polícia Militar, e a jovem fugiu do quarto.

Ela se escondeu em outro cômodo do hotel e ouviu parte da interação entre o rapaz e os policiais militares, que interrogaram o motivo pelo qual ele bateu na viatura. Depois, ela ainda ouviu o barulho de um tiro. Ela o acompanhou até o Hospital Ipiranga depois que ele foi baleado. O estudante teve duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia. Contudo, ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h40.

O momento em que ele foi morto às 2h49 foi registrado por uma câmera de segurança do hotel. Um dos agentes o tentou puxar pelo braço, enquanto outro o chutou. Depois, o rapaz segurou a perna do policial, que caiu no chão.

Ao longo da confusão, o PM Guilherme deu um tiro na altura do peito de Marco Aurélio. No boletim de ocorrência, os policiais argumentaram que o rapaz teria tentado pegar a arma de Bruno. O caso foi registrado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como morte decorrente de intervenção policial e resistência.

O ouvidor das Polícias de São Paulo, Claudio Silva disse que a ação é “mais um reflexo da lógica que está instalada no estado de São Paulo, de polícia que mata. Polícia que não respeita a vida”. De acordo com ele, pelas imagens da câmera de segurança, é possível ver que “os policiais estão numericamente superiores à pessoa abordada, e o abordado, sem camisa, então, desarmado. E os policiais não fazem o uso progressivo da força, como está determinado por normas internas da própria Polícia Militar, então o uso excessivo da força foi feito. Isso culminou com a morte daquele jovem abordado”.

A SSP afirma: “As polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte de um homem de 22 anos, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (20), na Vila Mariana, na capital paulista. Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações’.

Na ocasião, o jovem golpeou a viatura policial e tentou fugir. Ao ser abordado, ele investiu contra os policiais, sendo ferido. O rapaz foi prontamente socorrido ao hospital Ipiranga, mas não resistiu ao ferimento. A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia. As imagens registradas pelas câmeras corporais (COPs) serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)”.

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