Mário Fernandes, o general preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 19, recebia um grande salário na Câmara, no gabinete do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro. As informações foram divulgadas pela coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

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Ele é suspeito de participação em um plano de golpe de Estado que previa os assassinatos do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 2022. O general foi nomeado em março de 2023 para um “cargo de natureza especial” no gabinete de Pazuello. Essa função, com código CNE 09, pode ser ocupada apenas  por pessoas com nível superior completo. O salário é de R$ 15,6 mil, o segundo maior vencimento do tipo na Casa.

Mário ficou no cargo até março de 2024, quando foi exonerado por determinação da liderança do PL na Câmara. Citado no inquérito que investiga o ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros e oficiais das Forças Armadas por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do atual presidente, o general foi proibido por Alexandre de Moraes de ocupar cargos públicos.

Além dele, a Operação Contragolpe, da PF, prendeu o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares. Esses mandados de prisão e busca e apreensão foram realizados em Goiás, Amazonas, no Rio de Janeiro e Distrito Federal. Os militares que foram detidos fazem parte dos “kids pretos”, termo usado para fazer referência aos militares da ativa ou não que se especializam em operações especiais do Exército, com foco nas ações de sabotagem e incentivo em revoltas populares ou “insurgência popular”, que não chegam a se transformar em guerra civil.

“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE)”, afirma a Polícia Federal.

A Operação Contragolpe, que faz parte do inquérito que investiga se houve uma tentativa de golpe após a eleição de Lula em 2022, foi deflagrada depois que a Polícia Federal obteve acesso a arquivos apagados de computadores e celulares de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dados foram recuperados com o auxílio de um software israelense utilizado pela PF.

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