Ao participar do programa ‘Saia Justa’, do GNT, a atriz Deborah Secco, 44 anos, revelou que tem dificuldade em se relacionar amorosamente com os parceiros e que carrega um trauma de infância em relação ao seu pai.
Na atração, Secco ainda contou que costuma buscar o mesmo padrão de indiferença e abandono em seus relacionamentos, legado deixado pela figura paterna, o que se tornou tema na terapia.
“Durante alguns anos, repeti um padrão específico, que é o buraco deixado pelo meu pai. Depois de muitos anos de análise, eu descobri que procurava um padrão pai. Foi preciso muito estudo sobre isso; comecei a buscar modelos diferentes e a quebrar esses padrões”, disse, detalhando que se sentiu abandonada e passou a procurar esse homem que faltava nos rapazes com quem se relacionou.
“Meu pai e minha mãe se separaram, e eu me senti, em algum momento ali, abandonada por ele. Então, procurava pelo padrão do homem que me abandonaria, o homem que eu deveria lutar arduamente para conquistar, aquele homem que, de fato, não me queria. Esse foi o padrão que repeti por muito tempo, porque a minha criança ainda estava abandonada. Agora, em todo relacionamento, revisito essa criança e falo: ‘É sua dor que estou sentindo? É por você que estou indo atrás desse cara?'”, refletiu.
Ao Glow News, Renata Fornari, especialista em autoconhecimento, fez uma análise sobre o caso da atriz Deborah Secco e explicou como o trauma paterno pode prejudicar sua vida amorosa. Leia na íntegra!
“Ao crescermos, é comum reproduzirmos, inconscientemente, o ambiente emocional da nossa infância. Mas por que isso ocorre? Durante os primeiros anos de vida, aprendemos que o ambiente familiar em que crescemos é o “normal” ou o conhecido. Mesmo que esse cenário tenha sido marcado por dor, sofrimento ou abandono, nossa tendência natural é buscar o que nos é familiar, pois, de certa forma, nos sentimos preparados para enfrentar tais situações.
Como explica Deborah em seu relato, mesmo cientes do impacto negativo, acabamos revivendo padrões aprendidos, como se a parte ferida de nossa criança interior dissesse: “Lar, doce lar”. Essa repetição de padrões, no entanto, só pode ser quebrada com o desenvolvimento da consciência. O primeiro passo essencial para qualquer mudança é justamente a percepção de que estamos recriando esses ciclos. Muitas pessoas passam a vida inteira sem perceber a influência que a infância tem sobre suas relações e emoções, sofrendo as consequências sem conseguir mudar.
Outro ponto importante destacado por Deborah é a reflexão sobre os relacionamentos. Ela menciona que, em cada nova relação, procura entender se está alimentando a dor de sua criança interior, buscando preencher uma lacuna emocional deixada pela infância. Esse tipo de reflexão é crucial. A verdadeira cura não está em encontrar um parceiro que preencha essa carência, mas sim em cultivar o amor próprio e trabalhar no perdão e na libertação do passado.
Pessoas que sofreram abandono paterno, por exemplo, podem acabar projetando a figura paterna ausente nos relacionamentos amorosos, criando uma dependência emocional que não é saudável. Nessas situações, o parceiro assume, inconscientemente, o papel do pai ausente, perpetuando uma relação de desequilíbrio emocional.
O caminho para interromper esses ciclos está no resgate da criança interior, nutrindo-a com amor próprio e compreensão. Ao se libertar do passado e perdoar os envolvidos, que agiram de acordo com seu nível de consciência na época, é possível se curar. Somente o adulto consciente e curado tem a capacidade de estabelecer relações verdadeiramente saudáveis.”
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