Três homens foram presos na terça-feira, 22, e enfrentam diversas acusações (Foto: Divulgação)

Três homens foram presos na terça-feira, 22, e enfrentam diversas acusações (Foto: Divulgação)

Glow News

Saiba como ex-CEO abusava de jovens modelos em ‘testes do sofá’ para empresa de roupas

Trio de homens foram presos nesta terça-feira, 22, e enfrentam diversas acusações

O ex-CEO da Abercrombie & Fitch, Mike Jeffries, seu parceiro Matt Smith e um terceiro homem, Jim Jacobson, foram acusados de liderar “um esquema internacional de tráfico sexual e prostituição”, gastando “milhões” para sustentar a infraestrutura criminosa por mais de seis anos, entre dezembro de 2008 e março de 2015. Os três homens foram presos na terça-feira, 22, e enfrentam diversas acusações.

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Segundo as investigações, guiadas pelo FBI e pela Unidade de Vítimas Especiais da Polícia de Nova York, Mike Jeffries se aproveitou de sua posição de CEO da empresa para aliciar jovens para encontros sexuais, prometendo de que poderiam se tornar modelos da marca.

“Indivíduos poderosos por muito tempo traficaram e abusaram para seu próprio prazer sexual de jovens com poucos recursos e um sonho: o sonho de garantir uma carreira de sucesso na moda ou entretenimento”, afirmou o procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, Breon Peace, em entrevista coletiva.

“Para qualquer um que pense que pode explorar e coagir outros usando o chamado sistema de ‘teste do sofá’, este caso deve servir como um aviso. Prepare-se para trocar esse sofá por uma cama em uma prisão federal”, completou.

Segundo apuração dos investigadores, entre o fim de 2008 e início de 2015, Jeffries e Smith “pagaram dezenas de homens” para viajarem, pelos Estados Unidos e até para o exterior, “com o propósito de envolvê-los em atos sexuais comerciais”.

Jacobson atuaria como o principal intermediário do aliciamento e teria realizado “testes” com candidatos em potencial, o que exigia que os jovens tivessem relações sexuais com ele antes de serem encaminhados ao CEO e seu parceiro.

As investigações do caso mostraram que as vítimas recebiam acordos de confidencialidade para assinar e seus celulares eram “apreendidos” para evitar relatos e vazamentos. Os jovens eram dopados com “álcool, relaxantes musculares, lubrificante, Viagra” antes de sofrerem abusos. A acusação reforçou que as vítimas tiveram a integridade física violada, através do contato sexual invasivo com membros do corpo e objetos.

Segundo apontaram os promotores, Jeffries, Smith e Jacobson utilizaram “força, fraude e coerção para traficar esses homens para sua própria satisfação sexual”. As vítimas não foram informadas sobre o verdadeira objetivo dos “eventos” para os quais foram convidadas.

“Eles gastaram milhões de dólares em uma infraestrutura enorme para dar suporte a essa operação”, afirmou Peace. De acordo com o promotor, pelo menos 15 vítimas já foram identificadas. No entanto, os investigadores estimam que há “muitas dezenas” de outros homens afetados pelo trio.

O advogado de Jeffries, Brian Bieber, declarou à CBS News que “responderia em detalhes às alegações depois que a acusação fosse revelada, e quando apropriado, mas planeja fazê-lo no tribunal, não na mídia”. Joseph Nascimento, o advogado de Smith, divulgou um posicionamento parecido.

Em uma ação coletiva em que responde por tráfico sexual, Jeffries é acusado de atrair jovens para seu imóvel nos Hamptons, nos Estados Unidos, para que ocorram supostas entrevistas de elenco.

Segundo fontes e divulgado pelo jornal O Globo, as violências também aconteciam em festas organizadas em outros países. Durante os encontros, os homens eram coagidos a se despir, usar drogas e fazer sexo, até mesmo um com os outros, sob “direção” do CEO.

Jeffries foi CEO da Abercrombie de 1992 a 2014, quando saiu da empresa com um pacote de aposentadoria estimado em US$ 25 milhões, segundo um processo ao qual a mídia americana teve acesso.

A Abercrombie & Fitch disse que não falaria a respeito da prisão, mas já declarou que conduziria uma investigação independente sobre os acontecimentos. A empresa nega que a diretoria soubesse dos crimes.

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