Lourival Correa Netto Fadiga, réu no caso do desaparecimento da advogada Anic Peixoto Herdy, acontecido em 29 de fevereiro de 2024, justifica que ele cometeu o crime a mando do marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy. De acordo com a versão apresentada pela defesa, ele teria enterrado e concretado o corpo da mulher em Petrópolis, Rio de Janeiro.
A advogada e estudante de psicologia de 55 anos está desaparecida desde 29 de fevereiro. Na última vez em que foi vista, ela usava um vestido bege e amarelo, com um colete jeans. Lourival Correa seria o principal suspeito de seu desaparecimento e é apontado como amante dela.
Conhecido como Gordo ou Fadiga, ele disse ter matado a advogada em um hotel no mesmo dia de seu desaparecimento e, depois, a teria levado para um local na Região Serrana. O corpo da vítima nunca foi encontrado pela polícia.
Ao longo da coletiva de imprensa realizada nessa terça-feira, 24, a advogada Flávia Fróes, responsável pela defesa de Lourival, declarou que ” o mandante do assassinato é Benjamin Herdy, marido de Anic”. “O plano foi forjado pelos dois e só não deu certo porque a filha de Benjamin gravou uma conversa dela com Benjamin e Lourival, em que ela estranha o crime”, afirmou a defesa do suspeito.
Segundo ela, “durante todo o período do falso sequestro, Benjamin e Lourival estiveram juntos. As antenas dos celulares de Lourival e Benjamin vão provar que ambos estavam no mesmo lugar e fizeram tudo juntos”. Flávia declarou que Lourival “utilizou o telefone da Rebecca [filha de Benjamin] para se movimentar, e manda a mensagem de Guapimirim para Benjamin após o assassinato”.
Contudo, a delegada responsável pelo caso, Cristiana Onorato Miguel, disse que não foi encontrado nada contra o marido de Anic. Os policiais analisaram o celular dele, “vasculhando de ponta a ponta”, mas não encontraram nenhuma evidência sobre a ligação deles.
Segundo o g1, João Vitor Ramos, o advogado de Benjamin, declarou que a acusação “se trata de mais um ato de desespero e crueldade” e que ele entraria com um processo contra Lourival e os procuradores. De acordo com a advogada Flávia, o local onde a mulher foi morta será submetido a perícia, incluindo o uso de luminol para detectar o sangue da vítima e a coleta de material genético.
Lourival Correa disse que o crime foi planejado desde janeiro, com o marido da advogada, um mês antes do desaparecimento dela, e que o sequestro foi somente uma invenção.
A confissão de Lourival sobre o crime
A advogada expôs uma suposta carta escrita por Lourival da cadeia, acessada pelo Metrópoles. Ele confessa o crime e indica o mandante. A defesa diz que “Anic está morta” desde o primeiro dia do desaparecimento. “Eu, Lourival C. N. Fatica, declaro que o Benjamin Cordeiro Herdy me mandou matar sua esposa, Anic Herdy, e que a compensação financeira é mera cortina de fumaça”, afirma o acusado.
A defesa justifica que a motivação do crime foi apenas financeira e que o marido da vítima “sugeriu que Lourival assumisse o crime sozinho”, além de oferecer dinheiro para sustentar sua família. Flávia também menciona que câmeras de um Bradesco no Barra Shopping registraram o momento em que Lourival e Benjamin fizeram um saque de R$ 15 mil, no dia em que um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa deles.
Para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), entre os quatro réus do crime estão: o mentor do crime, Lourival Correa Netto Fadiga; seus filhos Henrique Vieira Fadiga e Maria Luiza Vieira Fadiga; e a amante de Lourival, Rebecca Azevedo dos Santos. Segundo o MPRJ, estão sendo realizadas análises da delação, mas ainda “não chegaram a um acordo sobre os benefícios que poderiam ser aplicados ao caso”. A ação segue o trâmite na 2ª Vara Criminal.
O desaparecimento de Anic
Anic Almeida Peixoto Herdy desapareceu em 29 de fevereiro. Imagens registradas por um circuito de segurança mostram a mulher estacionando o carro em um shopping de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério Público, o sequestro de Anic rendeu R$ 4,6 milhões para Lourival, Rebecca e os dois filhos do homem, Maria Luísa e Henrique. Lourival teria dito que recebeu ordens de um mandante e admitiu ter mantido um relacionamento amoroso com a vítima.
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