O documentário ‘Pra Sempre Paquitas’ já estava envolto em polêmicas antes mesmo de estrear. Agora, com o lançamento dos cinco episódios da série documental na Globoplay, algumas questões espinhosas voltaram à tona, entre elas, a relação com a diretora Marlene Mattos, que comandou o ‘Xou da Xuxa’, ‘Xuxa Park’ e ‘Planeta Xuxa’ (Globo).
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Na série documental, as ex-paquitas e a própria Xuxa Meneghel abrem o jogo sobre a relação com a diretora e o tratamento nos bastidores. Andreia Veiga, a primeira paquita da história, relembra que apesar do clima de diversão para os “baixinhos” que viam o ‘Xou da Xuxa’ na TV, por trás das câmeras a sensação era de medo constante. “Tinha a Marlene por trás, que era uma pessoa muito brava, sabe? Eu tinha um pouco de medo.”, diz Andreia.
Louise Wischermann, a Pituxa, lembra que a diretora costumava dizer coisas que aumentavam a insegurança das garotas. “A Marlene tinha uma frase que ela adorava dizer: ‘Todo mundo é substituível’. Parecia que a gente não valia nada, porque podia ser trocada a qualquer momento.”, afirmou.
Louise ainda conta que isso afetou seu relacionamento com as outras paquitas, especialmente as mais novas: “De repente ela começou a botar os diminutivos da gente. Era uma pituxita, uma paquitita, uma chiquitita, uma catuxita. Eu acho que eu fiquei bem com ciúmes e acho que eu praticava um bullying com as meninas. Um bullying de não as incluir no que a gente fazia.”
Ela ainda relatou um episódio que quase a fez desistir de ser paquita. “Uma mãe reclamou que uma paquita de vermelho tinha empurrado a filha dela. Aí a Marlene me chamou e foi muito agressiva comigo na frente de todo mundo que estava trabalhando ali. ‘P****** nenhuma…’ (…) Aí eu fiquei tão chateada e magoada com aquilo que abri a minha roupa de paquita e joguei em cima da mesa de corte. Eu falei ‘Estou indo embora’. E a Xuxa foi lá em casa com a Marlene e pediu para eu voltar.”, contou, ressaltando, porém, que não houve um pedido de desculpas por parte da diretora.
Outra paquita que relatou um grande medo de Marlene foi Roberta Cipriani, que ganhou o posto de Xiquitita com apenas 11 anos. Ela conta que sofria e chorava muito, mas sempre escondida dos pais. “Ia para casa e meus pais não sabiam. Poxa, meu pai largou tudo. E vocês sabem como é pai, né? Os pais sofrem pelos filhos. E eu sabia que meus pais não podiam se meter, porque a Marlene não deixava. Então, eu evitava falar muita coisa para eles.”, relembra. “Era esporro na frente de todo mundo”, afirma Roberta.
Flavia Fernandes, a Paquitita Pluft, assumiu o posto com a saída de Tatiana Maranhão, após dois anos de expectativas. Seu primeiro teste foi aos 12 anos e, depois, com 13. Ela relata que as paquitas congelavam de medo perto de Marlene Mattos.
“Às vezes, ela passava por nós em um bastidor qualquer e, quando a gente via, a gente congelava. ‘O que é que foi? ’ ‘O que é com essa cara? ’ ‘ Por que está triste, sei lá o quê?’ Então, a gente só estava apavorada.”, declarou.
Assim como Roberta, Flavia também escondeu de seus pais o que sofria nos bastidores, devido ao medo de perder o posto de paquita que tanto sonhou.
“E eu sei que vai ter um monte de gente no meu ouvido que vai falar ‘Cadê o pai e a mãe de vocês?’ O pai e a mãe da gente não sabiam da missa a metade. A gente passava um monte de coisas. Se a gente chegasse em casa falando ‘Mãe, você não sabe da maior, a Marlene me falou isso, isso e isso’, ia ter mãe batendo na porta da produção dizendo ‘Vem cá, que história é essa? É verdade que você falou isso, isso para minha filha?’.”, apontou.
Flavia ainda corroborou a declaração de Louise sobre as falas de Marlene que aumentavam o medo e a insegurança nas assistentes de palco. “Muitas vezes a gente passava por situações em viagens, nas gravações, em reuniões. A gente ouvia absurdos e a gente, ó… (ficava quieta). Porque a gente sabia que se a gente chegasse em casa falando ia dar problema, a gente sabia que se a gente se opusesse ali de alguma forma ela ia falar: ‘Está achando ruim, então está bom. Eu tenho mais sete aqui’.”, disse.
Ana Paula Guimarães, diretora artística do documentário, recorda que as paquitas não tinham direito a ter opinião nem voz ativa. “Éramos todas bonecas, como ela diz, na mão dela. Sem voz, bonecas. Por isso que a gente não falava. Porque boneca não fala, né? Só fala o que é programado. Você põe a pilha, boneca vai falar aquela programação que você botou.”, afirmou a ex-paquita que ficou conhecida como Catuxa.
Tatiana Maranhão, primeira a assumir o posto de Paquitita, com apenas 11 anos, também mencionou a cobrança com a forma física das meninas. Ela contou que não apareceu no cartaz do filme ‘Sonho de Verão’ por causa de seu físico na época.
“Marlene estava realmente me execrando com essa história de gordura. Eu estava tendo um problema muito sério de compulsão alimentar”, relembra. Ela relata um episódio em que recebeu uma bronca da diretora na frente de toda a equipe e foi consolada por Xuxa.
“Numa das vezes, que foi muito forte a bronca que ela me deu, eu estava no camarim da Xuxa, no Teatro Fênix, e eu me lembro da Xuxa me abraçando. Eu me lembro que estava chorando, a Xuxa me botando na frente do espelho. Ela dizendo ‘vamos passar um tempo lá em casa comigo, a gente se ajuda, a gente malha juntas’. Ela viu que eu não estava bem.”, relatou.
Xuxa Meneghel também falou sobre a relação conturbada com Marlene Mattos, com quem teve anos de parceria. A apresentadora alega se sentir usada por uma pessoa que amou tanto e acredita que aconteceu o mesmo com suas paquitas.
“Eu gostava muito dela e ela usou isso, sabe? Meu amor por ela, meu respeito por ela, minha admiração por ela. E eu acho que isso se estende às minhas paquitas também. Elas também amaram essa mulher do jeitinho delas. Respeitaram essa mulher do jeitinho delas. Admiraram. Ela não tinha o direito de usar isso, esse sentimento lindo contra a gente, sabe?”, conta Xuxa.
Uma das declarações mais polêmicas do documentário é da produtora Rita Maldonado, que afirmou já ter tido vontade de “matar” Marlene.
“Às vezes não era nem comigo. Ela era uma pessoa inteligente, competente, respeitada, ninguém duvidava das qualidades dela. Só que exagerava, tinha um monte de coisa que não era necessário, né? Mas ela também não era criança, ela era mais velha que eu, então não sou eu que vou dizer para ela o que ela tem que fazer, mas de vez em quando dava vontade de matar ela. Não uma morte rápida, uma morte lenta. Você pegar o pescoço e apertar de pouquinho assim.”, disse Rita.
“O que me impedia de matar a Marlene era o código penal, o único entendimento era esse. Eu ficava pensando, não vou presa não, mas dava vontade.”, completou.
Marlene Mattos não quis dar seu depoimento para o documentário. Procurada pela equipe do Glow News, a diretora não retornou o contato até o fechamento desta matéria.
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