Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, foram presas na última quarta-feira, 04, em uma operação da Polícia Civil de Pernambuco contra lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais. Como mostra a investigação policial, para movimentar os lucros resultantes de atividades criminosas, o grupo se valia de um recurso conhecido como “smurfing”. O método também é usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
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De acordo com as informações enviadas à Polícia Civil pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do governo federal, a advogada e os outros denunciados fizeram transações financeiras atípicas com 34 empresas, além de pessoas físicas, com depósitos em dinheiro vivo, de maneira fracionada.
Se trata de uma característica do “smurfing”, um recurso através do qual os criminosos movimentam valores altos, só que fracionados em pequenos depósitos, com o objetivo de dificultar o monitoramento das autoridades financeiras.
É afirmado que documentos apontam “fundados indícios” da prática reiterada “do crime de lavagem de dinheiro por parte dos investigados, ao longo dos últimos anos” no processo. O “dinheiro sujo”, segue os registros judiciais, foi lavado pela organização “com a aquisição de imóveis e carros de luxo”, além de “loterias”.
“As circunstâncias concretas dos fatos narrados como crime, evidenciam a periculosidade dos réus, que de acordo com as informações prestadas nos autos, formam um complexo esquema de conluio criminoso [organização criminosa] destinado à prática de crimes de lavagem de capitais, ocultação de bens, sonegação de impostos, referentes aos valores provenientes da exploração ilegal dos jogos de azar, promovendo, constituindo, financiando e integrando, pessoalmente e por interpostas pessoas e empresas, organização criminosa”, afirma parte da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
A prisão em que Deolane Bezerra está detida
Deolane Bezerra foi presa mais uma vez na tarde da última terça-feira, 10. Ela conquistou o direito de cumprir prisão domiciliar, mas teve esse direito revogado após descumprir medidas cautelares e já foi transferida para Colônia Penal Feminina de Buíque, a 280 km de Recife. No local, ela está em uma cela reservada.
De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (SEAP/PE), a decisão foi tomada por a prisão da advogada se tratar de um caso de grande comoção. Contudo, Deolane está em uma cela reservada e sem outras detentas para preservar sua integridade física.
“Por se tratar de um caso de repercussão, ela está em uma cela reservada para resguardar a sua integridade física. Deolane teve a prisão preventiva decretada por descumprimento de medidas cautelares impostas pela justiça para a concessão de sua prisão domiciliar. Por questão de segurança e em razão do processo tramitar em segredo de justiça, mais informações não poderão ser repassadas”, afirma a nota.
A advogada ficou cinco dias presas na Colônia Penal do Recife, mas conseguiu o direito à prisão domiciliar por ser mãe de uma menina menor de 12 anos. Ela deveria cumprir algumas medidas cautelares para continuar em prisão domiciliar, como não ter contato com outros investigados, não se pronunciar na mídia ou redes sociais e usar tornozeleira eletrônica. Contudo, a influenciadora falou com jornalistas assim que saiu do presídio e depois fez uma publicação, justificando que estava sendo censurada.
Deolane foi a um fórum em Recife na tarde desta terça-feira, onde assinaria documentos sobre sua prisão domiciliar, só que foi presa mais uma vez por ter descumprido as medidas cautelares. Então, ao invés de ficar em um presídio na cidade, a influenciadora foi transferida para a Colônia Penal Feminina de Buíque, na região do Agreste de Pernambuco.
Ela vai passar por uma audiência de custódia por chamada de vídeo nesta quarta-feira, 11. O juiz vai avaliar se a prisão foi feita de forma regular, o que é um procedimento padrão da Justiça.
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