Quem acompanha as Olimpíadas desde que o mundo é mundo, está acostumado a ver os atletas mordendo suas medalhas no pódio. Mas, afinal, de onde vem essa tradição?
Tudo começou na Corrida do Ouro, quando milhares de pessoas foram para a Califórnia, nos EUA, em busca do metal valioso. Na época, que durou de 1848 a 1855, os trabalhadores desenvolveram o hábito de morder as moedas de ouro para verificar sua autenticidade. O ouro tem uma textura específica, macia, que fica marcada mesmo com leves pressões.
Em 1904, nas Olimpíadas de St. Louis, nos EUA, começaram a distribuir medalhas de ouro aos vencedores. A prática só durou até 1912, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu trocar o material por algo com menos custo.
Atualmente, as medalhas são feitas de prata e banhadas com 6 gramas de ouro, pesando entre 500 e 800 gramas, ao todo. Mas, mesmo com o material ‘alterado’, o costume e a tradição da mordida nas medalhas segue entre os atletas. Os fotógrafos que cobrem o evento pedem aos medalhistas para que façam o gesto e as imagens são as que mais correm pelo mundo nas competições.
Nestes Jogos Olímpicos em Paris, a produção das 5.084 medalhas também incluiu materiais reciclados, incluindo pedaços da Torre Eiffel, que foram coletados durante a reforma do ponto turístico da capital parisiense.
Pelo fato do material não ser mais 100% ouro, o gesto de morder a medalha meramente ilustrativo: os competidores fingem morder o prêmio para evitar acidentes como o do atleta alemão David Moeller: após ganhar a medalha prata na modalidade luge nas Olimpíadas de Inverno de 2010, ele quebrou um dente ao se empolgar enquanto posava para a foto.