Henrique Chagas morreu após fazer um tratamento de peeling de fenol no Studio Natalia Becker, localizado em São Paulo, no dia 3 de junho. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a causa da morte foi por uma “parada cardiorrespiratória” causada por um “edema pulmonar agudo” ao inalar fenol. O exame ficou pronto nesta semana e a TV Globo e o g1 tiveram acesso ao resultado. Edema pulmonar agudo é um tipo de emergência médica que ocorre quando há acúmulo de líquido dentro dos pulmões.
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O fenol é um produto químico usado para escamar a pele, fazendo com que ela rejuvenesça depois. Foram gravados vídeos pelo companheiro do empresário que o mostram antes e depois do procedimento. Outra gravação realizada pelas câmeras de segurança da clínica, mostram quando o jovem passa mal e perde a vida.
A perícia encontrou vestígios do produto químico na pele do paciente e conseguiu confirmar o que causou o problema em seus pulmões. “Cuja causa mortis, baseando-se nos achados, ocorreu por parada cardiorrespiratória em decorrência de edema pulmonar agudo desencadeado por ação inalatória do agente químico fenol”, declara o documento assinado pelo médico que fez o exame necroscópico. “Consta a presença da substância química fenol na análise do fragmento de pele e tecido estuados em dose qualitativa”.
Ao inalar o fenol, Henrique teve lesões internas na sua boca, “epiglote, laringe, traqueia e pulmões, culminando num edema pulmonar agudo responsável pelo êxito letal”. De acordo com o documento, essas alterações causaram “danos na função respiratória.”
O laudo ainda aponta que a “escarificação”, que são cortes e feridas causados pelo procedimento, no rosto de Henrique podem ter facilitado a absorção do produto. Ele tinha 27 anos e era dono de um pet shop em Pirassununga, interior de São Paulo, onde foi enterrado. O empresário pagou R$ 5 mil pelo tratamento. Ele reclamava de marcas de acne que adquiriu na adolescência.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o tratamento é invasivo e pode trazer riscos à saúde, como taquicardia. Por isso, apenas médicos dermatologistas podem fazer o procedimento, de acordo com o órgão. Procurados pelo g1, os delegados Eduardo Luis Ferreira e Samia Olivier Martins de Oliveira, do 27º Distrito Policial (DP), Campo Belo, que investiga o caso, afirmaram que o laudo com a causa da morte de Henrique Chagas será anexado ao inquérito.
“Devemos relatar o inquérito policial nesta semana à Justiça”, disse o delegado. “Não devemos indiciar mais ninguém”. O Ministério Público (MP) decidirá depois se denuncia ou não Natalia pelo homicídio.
A defesa de Natalia Becker
A defesa de Natalia informou ao g1 que sua equipe técnica analisa o resultado para se posicionar depois sobre os achados do IML. “Nossos peritos estão analisando os laudos e a análise é exclusivamente técnica. Estamos totalmente comprometidos e empenhados na apuração da verdade dos fatos, mas pela simples leitura do laudo, não há prova de causa ou responsabilidade relacionada à Natália”, informa nota divulgada pela advogada Tatiane Forte.
Em entrevista exibida em junho pelo Fantástico, Natalia havia dito que a morte de Henrique “foi uma fatalidade”. Ela tinha mais de 230 mil seguidores no Instagram, onde se apresentava como esteticista e teve sua conta desativada após a repercussão do caso.
De acordo com a Associação Nacional dos Esteticistas e Cosmetólogos (Anesco), Natalia não tem registro para atuar na área. O Studio Natalia Becker foi fechado pela prefeitura de São Paulo após a morte do paciente por suspeita de irregularidades.
De acordo com os advogados Adrian Piranga e Elaine Colicigno, que defendem os interesses de Marcelo, Henrique morreu por “asfixia” ao inalar o fenol. Natalia Becker é o nome fantasia de Natalia Fabiana de Freitas Antonio. Ela tem 29 anos e diz ainda ter três clínicas com o nome Studio Natalia Becker: em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiânia.
Mãe do empresário diz que não conseguiu reabrir pet shop
“Eu quero justiça, porque é muito doído eu acordar sem meu filho, sem um bom dia dele. Todo dia eu escuto o áudio para ouvir a voz dele”, afirmou Edna Maria Rodrigues da Silva, que ficou muito emocionada durante entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
Edna contou que ainda não teve forças para reabrir o pet shop, focado em estética animal, onde ajudava o filho. “Está muito triste, porque eles querem que eu continue tocando aqui, mas eu falei que eu entro e já começo a chorar. Eu subo lá em cima e o desespero é pior”, declarou. “Eu estou de pé por causa dos cachorrinhos dele e também por causa de justiça que eu quero. Está muito difícil para mim. Às vezes eu falo que eu nem vou aguentar mais. Eu sinto muita saudade dele”, declarou.
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