Tadeu Schmidt e Valentina Schmidt (Reprodução/Instagram)

Tadeu Schmidt e Valentina Schmidt (Reprodução/Instagram)

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Tadeu, o que é queer? Entenda a identidade da filha do apresentador

Valentina Schmidt se declarou queer há dois anos

Nesta sexta-feira, 21, o apresentador Tadeu Schmidt, 49 anos, falou um pouco sobre seu processo de aprendizado como pai de Valentina Schmidt, 22, que se declarou queer há dois anos. Ele contou sobre sua própria evolução como aliado da comunidade LGBTQIAPN+ e afirmou que acredita que estamos evoluindo para uma sociedade sem preconceito.

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Mas afinal de contas, o que é uma pessoa queer?

A reportagem do Glow News procurou esclarecer o que significa o termo. A palavra ‘queer’ tem origem inglesa e significa “estranho”. Antes o termo era usado de forma pejorativa, mas foi ressignificado pela comunidade e hoje abarca uma série de identidades e formas de se referir a pessoas que não correspondem a cis-heteronormatividade (o pressuposto de que toda a sociedade seja formada por pessoas heterossexuais e cis, ou seja, não trans).

Atualmente, queer é o termo usado para se referir a pessoas que não se identificam com os padrões de gênero impostos pela sociedade e não se rotulam em nenhum gênero.

Para a pesquisadora norte-americana Eve Sedgwick, especialista em estudos de gênero e teoria queer, o termo é explicado como uma malha aberta de possibilidades e lacunas. Queer, para ela, demonstra que os elementos que constituem gênero e sexualidade de qualquer pessoa não são feitos — e não podem ser feitos — para significarem algo estático e que não muda.

Já para a filósofa Judith Butler, uma das principais pesquisadoras da área, queer é um termo que desafia noções tradicionais de gênero e sexualidade. Na sua visão, queer não é uma identidade fixa ou categoria, mas um processo fluido.

“Queer é um movimento que toma uma direção não esperada, que contesta as normas dominantes, de modo que lésbicas, gays, intersex, bissexuais, trans, trabalhadoras sexuais podem viver com menos medo no mundo”, afirmou Judith Blutler.

Em resumo, a teoria queer afirma que o gênero não é um dado biológico, mas sim uma forma sociológica imposta, com base na qual os indivíduos demonstram suas subjetividades, ou seja, aquilo que sentem. E uma pessoa queer é justamente aquela que desafia essas normas.

Posicionamento de Tadeu Schmidt

Em entrevista para a revista Quem, o apresentador explicou como tem sido sua evolução como aliado da comunidade LGBTQIAPN+ após a filha Valentina se declarar queer. “Para os pais que estão passando por esse momento de descoberta: não tem nada de errado. Não tem porque você ficar se preocupando, criticando. Não existe nada de errado na orientação sexual da pessoa. Isso diz respeito a ela”, afirmou.

“Errado é trair, é você ser um casal hétero e ter várias amantes. Errado é ser desonesto, ser mentiroso. Agora a orientação sexual da pessoa? Esquece isso”, diz Tadeu. “Cada um que viva do jeito que quiser. Pelo amor de Deus, isso [o duvidar] é muito ultrapassado. E tenho dificuldade de entender os questionamentos. Mas tenho absoluta certeza de que a cada dia que passa o ser humano vai se tornando menos preconceituoso.”, completou.

Apesar de acreditar que estamos caminhando para um futuro menos preconceituoso, ele reconhece que sua geração não costuma aceitar a diversidade.

“Eu cresci numa sociedade homofóbica. Sou de uma geração absolutamente homofóbica, que ia para o estádio e atacava o outro por xingamentos homofóbicos, que fazia piada homofóbica, que criticava alguém e falava assim ‘ah, fulano tem sucesso, mas é gay, né?’, como se isso fosse um problema.”, disse.

E completou: “Éramos mais preconceituosos no passado, estamos menos preconceituosos hoje e seremos muito menos preconceituosos no futuro até um ponto em que vai acabar o preconceito. É um caminho inexorável, não tem como voltar atrás”.

O comandante do Big Brother Brasil (Globo) também disse que tem ajuda de sua outra filha, Laura. “Se vejo um stand-up e tem uma piada falando de homem e mulher, eu mando no grupo da família ‘vocês acham que é machismo?’, e elas falam ‘é machismo’. Aprendo com elas que não é só uma brincadeira. É um processo eterno [de letramento], e eu nunca vou ser à prova de falhas.”, declarou.

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