Após denúncia de fraude em cotas raciais, Matteus Amaral, vice-campeão do BBB24 (Globo), alegou em comunicado que sua inscrição na faculdade, e portanto a autodeclaração como negro para concorrer às vagas destinadas às cotas raciais, foi feita por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem o seu consentimento ou conhecimento prévio.
Porém, novas informações sobre o caso surgiram e uma exigência do edital de 2014, ano em que o ex-BBB fez sua inscrição, contesta as alegações dadas pelo gaúcho.
De acordo com o edital e com o Manual do Candidato daquele ano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar), para se inscrever pela cota racial o candidato deveria preencher e assinar uma autodeclaração étnico-racial.
“Como pode ser constatado no edital e no Manual do Candidato daquele ano, a inscrição naquela cota exigia uma ‘autodeclaração étnico-racial, preenchida e assinada, de que é preto, pardo ou indígena”, disse a assessoria da universidade.
Ou seja, não haveria como Matteus não ter conhecimento do ocorrido pois o documento precisava de sua assinatura. Essa medida é adotada até hoje. No documento de 2023, por exemplo, o aluno assina que está ciente de que, em caso de falsidade ideológica, ficará sujeito às sanções prescritas no Código Penal e às demais cominações legais aplicáveis.
Matteus Amaral, em seu Instagram, havia afirmado que a inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem seu consentimento ou conhecimento prévio:
“Entendo a importância fundamental das políticas de cotas no Brasil. Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção. Reafirmo meu arrependimento por quaisquer transtornos causados e meu compromisso contínuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social.”
Desde a repercussão do caso, o IFFar abriu um processo administrativo interno para investigar as circunstâncias que envolvem a participação de Matteus no vestibular. O instituto justificou que, em 2014, não haviam mecanismos legais para se identificar as fraudes em cotas raciais, bastando uma autodeclaração como preto, pardo ou indígena para que o candidato concorresse às vagas afirmativas.
Após fraudar cota racial na faculdade, Matteus teria recebido quantia do governo. Entenda!