Maya Massafera (Reprodução/Instagram)

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Entenda o que é disforia, condição apresentada por Maya Massafera após redesignação

Influenciadora revelou que teve uma crise de disforia em sua passagem pelo festival de Cannes

Maya Massafera revelou nesta quarta-feira, 22, que sofre com disforia de gênero. A influenciadora está no Festival de Cannes, na França, e contou que até deixou de ir ao tapete vermelho após sofrer uma crise, mesmo estando feliz e satisfeita com as mudanças em seu corpo.

“Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa! Porém teve dia que eu não saí do quarto por disforia. Teve dia que eu fiz maquiagem, tirei as fotos e simplesmente não fui ao tapete vermelho porque fiquei com muito medo do julgamento”, afirmou a influenciadora em seus stories.

Em conversa com a revista Quem, a psicanalista Andréa Ladislau explica que a disforia, na verdade, não é considerada um transtorno mental, apenas uma condição clínica geral com sintomas psiquiátricos concomitantes. “É um diagnóstico muito comum, enfrentado nos primeiros anos por pessoas que fazem a transição”, afirma.

A profissional explica que a transição de gênero pode gerar impactos que vão além da autoaceitação e da vontade do indivíduo. “Eles estão fixados em um realinhamento da forma como esse indivíduo se enxerga e como ele acomoda em si, a pressão pelo olhar do outro. Afinal, sabemos que esse tema ainda é carregado por tabus e desconhecimento”.

Segundo Andréa, ao longo do período de adaptação que segue a redesignação sexual, pode haver um desconforto com a distorção de imagem, o que caracteriza a disforia.

“É na verdade, uma mudança repentina de sensações, causando transitoriedade do estado de ânimo, alternando as emoções e flutuando para um mal estar alicerçado por uma possível depressão e ansiedade generalizada. Ou seja, instala-se um sentimento de perda do prazer diário, associado ao descontentamento com pequenas coisas”, diz a especialista.

Os sintomas são majoritariamente psíquicos. “Uma mistura de sentimentos que podem provocar um desequilíbrio psíquico, principalmente, nos primeiros meses após a transformação. Dentre os sintomas da disforia de gênero podemos destacar a melancolia, o pessimismo, a alteração de humor, choro em excesso, tristeza profunda, necessidade de isolamento, perturbação emocional, distorções alimentares, entre outros”, cita Andréa.

A psicanalista ressalta a importância do acompanhamento psicológico desde o primeiro momento da transição, como Maya declarou que está fazendo, uma vez que se trata de uma transformação de vida muito radical.

“A psicoterapia vai auxiliar no processo emocional construindo pontes, conexão e vínculos fortes, rígidos e assertivos, de equilíbrio entre a nova condição de gênero sexual e o gênero de nascença. Além disso, trabalha a autoestima, a autocompaixão, a eliminação de fobias, complexos enraizados, a fim de fortalecer os gatilhos positivos de aceitação do processo, reduzindo os impactos negativos possíveis de julgamentos e preconceitos que essa pessoa possa vir a sofrer”, completa.