Foi divulgado um novo vídeo do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho 13 minutos antes de causar um acidente de trânsito que matou um homem e feriu seu amigo gravemente. Em vídeo divulgado pelo g1, o empresário é visto dentro do Porsche Carrera azul dizendo ‘vamos jogar sinuca’ com a fala enrolada conversando com a namorada e um casal de amigos, ao sair de uma casa de pôquer.
Ele está preso preventivamente pela Justiça pelos crimes de homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana) e lesão corporal gravíssima (por ferir o amigo Marcus Vinicius Machado Rocha).
De acordo com a perícia, o motorista de aplicativo teve seu Sandero atingido por trás pelo carro de luxo guiado por Fernando a 114 km/h na Avenida Salim Fara Maluf, no Tatuapé. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h. Câmeras de segurança também registraram o momento da batida.
O amigo de Fernando estava no banco de passageiros do Porsche e ficou internado por 15 dias. Marcus fez uma cirurgia para a retirada do baço e também precisou colocar drenos no pulmão. Segundo testemunhas, Fernando tinha ingerido bebida alcoólica antes do acidente e também tinha sinais de embriaguez. Ele negou que tenha bebido, tanto à polícia, quanto em entrevista ao Fantástico.
Giovanna Pinheiro da Silva, sua namorada, também aparece no vídeo divulgado. Juliana de Toledo Simões é namorada de Marcus e quem grava a cena. Eles são estudantes e amigos do empresário e de Giovanna. Fernando está com a mesma camiseta branca com a inscrição ‘Only Porsche’ que ele utilizava no vídeo feito a partir das câmeras dos PMs que o abordaram logo depois do acidente.
No novo vídeo divulgado pelo g1, Fernando pode ser visto dentro do carro, com a porta aberta, enquanto conversa com Giovanna e Juliana e as duas questionam para onde ele está indo. O rapaz disse com a fala enrolada que vai jogar sinuca. A namorada de Marcus ressalta a pergunta e depois de ele responder, mais uma vez, que vai jogar sinuca, eles dão risada. Por fim, Giovanna se nega a entrar no carro com ele.
Ainda de acordo com o g1, a gravação entre os amigos foi incluída no processo do caso que apura as causas e responsabilidades pelo acidente. Fernando bateu a porta do carro por volta de 2h16 segundo outras imagens de câmera de segurança. O acidente aconteceu às 2h29, ou seja, 13 minutos depois.
A filmagem foi realizada após o grupo de amigos deixar a Encore Poker Clube, na Rua Marechal Barbacena, no Tatuapé. A imagem ajuda a completar as informações que faltam do caso junto a outra gravação obtida e divulgada anteriormente pela imprensa.
Além disso, uma câmera de segurança de um imóvel perto da casa de pôquer registrou os quatro amigos deixando o local. Juliana e Marcus disseram que não se lembravam se Fernando havia bebido nesse local em seus depoimentos à Polícia Civil. Eles disseram que tanto eles quanto Fernando e sua namorada beberam drinks alcoólicos antes na Porchetteria Gastronomia & Cocktail, na Rua Professor João de Oliveira Torres, também no bairro Tatuapé. Uma comanda deles no lugar, que está no inquérito, revela oito bebidas de uísque com licor e uma caipirinha.
De acordo com a investigação, a casa de pôquer não tinha imagens dos amigos no local. Já a Porchetteria apenas registrou um garçom pegando copos da mesa onde o grupo estava. Segundo depoimentos de Juliana e Marcus, Giovanna discutiu com o namorado após deixarem a casa de pôquer para que ele não dirigisse porque estava ‘alterado’ pelo alcoól. A namorada de Fernando desistiu de voltar para casa com ele e decidiu continuar com Juliana no carro de Marcus, que foi com o amigo no carro de luxo.
As imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência do acidente mostraram que eles não tinham o etilômetro, aparelho usado para conferir se um motorista ingeriu alcoól. As body cams, que são câmeras corporais, ainda gravaram o momento que os agentes da Polícia Militar (PM) liberaram Fernando sem passar pelo teste.
Os PMs argumentaram que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, havia dito a eles que precisava levar o filho para um hospital porque ele estaria ferido, só que isso não ocorreu. A Corregedoria da Polícia Militar considerou que os agentes erraram ao liberar o empresário sem fazer o bafômetro e os afastaram das ruas para responderem a processo disciplinar.
Ainda de acordo com as câmeras corporais dos PMs, é possível escutar um bombeiro conversando com os policiais militares após a liberação do motorista do Porsche. Os agentes da PM e do Corpo de Bombeiros confirmam no diálogo que Fernando e seu amigos estavam com sinais de embriaguez.
“Estavam um pouco etilizados esses caras, né?”, afirmou o bombeiro na filmagem. “Sim, Sim”, respondeu uma policial militar. Além dessa gravação, há um documento que está no processo no qual o bombeiro que atendeu a ocorrência menciona que Fernando e Marcus estavam bêbados. Outras testemunhas também foram ouvidas pela investigação, que é feita pelo 30º Distrito Policial (DP), no Tatuapé, contaram que, além de o carro de luxo estar em alta velocidade, Fernando estava embriagado. Dirigir em alta velocidade e embriagado são crimes de trânsito graves, principalmente quando acontece um acidente com morte.
O empresário está preso desde o dia 6 de maio, quando se entregou na delegacia com seus advogados, três dias depois de ficar foragido e ser procurado pela polícia. Por segurança, a Justiça o transferiu da prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo, e exigiu que ele fique detido em Tremembé, no interior do estado de São Paulo.
O advogado José Roberto Soares Lourenço, que defende Juliana e Marcus, divulgou nota ao g1 confirmando a veracidade do vídeo e que sua cliente o entregou ao Ministério Público (MP). O portal também tentou contato com as defesas de Fernando e Giovanna e da família de Ornaldo para falarem sobre o novo vídeo que mostra o motorista do Porsche conversando com a fala visivelmente enrolada.
“Juliana de Toledo Simões, por meio de seus advogados, reitera o compromisso assumido de colaborar com a Justiça desde o início da investigação. Por esse motivo, foram entregues ao Ministério Público do Estado de São Paulo mídias virtuais que dizem respeito à data do ocorrido”, declara a nota divulgada pelo escritório Alamiro Velludo Salvador Netto Advogados Associados.
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