Durante sua participação no programa “Surubaum”, apresentado por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, o ator Carmo Dalla Vecchia, 52 anos, revelou que precisou fazer terapia por conta de vício em sexo.
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“Comecei a entender melhor sobre o meu corpo há muito pouco tempo”, disse Vecchia, que ainda relatou que passou a buscar alternativas para melhorar sua saúde sexual e a há cerca de um ano e meio iniciou a terapia.
“Existem várias pessoas que fazem isso, e você pode entrar em técnicas do tantra”, explicou ele, detalhando como a terapia ajudou a ressignificar sua percepção do prazer.
Compulsão sexual
Ao Glow News, o psicólogo Alexander Bez explicou um pouco sobre a terapia de Carmo Dalla Vecchia para conter vício em sexo.
“É muito importante dominar as terminologias psiquiátricas e psicologicamente corretas. Algumas condutas são mal interpretadas, e uma interpretação equivocada interfere diretamente no sentimento da pessoa e nas questões que ela tem em relação às suas psicopatologias, especialmente quando falamos de condutas sexuais. Não existe a palavra “vício” nesse contexto, mas sim “compulsão”. Isso é essencial, pois todas as compulsões podem ser tratadas e curadas. Os vícios, por outro lado, não são curáveis; eles recebem apenas manutenção e têm frequentes recaídas. Não existe cura para o vício, mas existe para a compulsão. São questões paralelas e similares, mantendo o mesmo tipo de padronização mental de ações repetitivas.
Porém, quando falamos em vício, adicionamos um componente químico, seja ele lícito ou ilícito. É muito mais fácil sair de um vício de cigarro ou álcool do que de drogas ilícitas. O sexo, no entanto, não entra nessa categoria. O sexo é uma questão apenas compulsiva, e isso é crucial entender.
Quando falamos de compulsão sexual, precisamos compreender o motivo dessa compulsão. Toda compulsão está aliada à obsessão, diferenciando-se integralmente do vício. As compulsões e obsessões estão juntas, e antes de uma ação compulsiva, há uma formação mental prévia. Se essa formação mental não existir, a compulsão não se manifesta. São ideias, imaginações e pensamentos que se repetem na mente da pessoa até que se transformem em ação.
Toda compulsão gerada pela obsessão é padronizada. Se uma pessoa tem uma atitude A, B ou C, ela sempre terá essa atitude. A diferença é que ela não abandona essa atitude, mas a compulsão pode receber questões adicionais. Por exemplo, uma pessoa pode ter uma compulsão sobre outra sem largar a primeira. A compulsão sexual é a mais difícil de ser tratada e não existe nenhuma compulsão mais séria do que essa.
Ainda precisamos entender se a compulsão é restrita ao âmbito matrimonial ou se é uma questão externa, o que a torna mais difícil, pois envolve outras pessoas no relacionamento. Diferentemente dos anos 70 e 80, as compulsões hoje são existencialmente perigosas, principalmente a compulsão sexual, pelo risco de doenças. A compulsão simplesmente se manifesta, sem respeitar essas questões.
A necessidade do sexo vem de um impulso mental gerado pela obsessão e compulsão. Esse impulso atua sem pedir licença. Se a compulsão for matrimonial, é mais fácil de tratar, pois se pode diminuir a frequência sexual, trabalhando o controle e tentando descobrir a causa. A compulsão pode derivar de traumas, decepções, frustrações ou mágoas. Todas as obsessões e compulsões têm um caráter compensatório no organismo.
Obssessões e compulsões sexuais estão frequentemente ligadas a traumas amorosos do passado em 70% dos casos e a questões familiares em 30%. Algumas estatísticas variam, mas as causas da compulsão estão ligadas ao transtorno de ansiedade. A ansiedade é o elemento base da compulsão.
Quando procurar tratamento? Quando a situação se torna insustentável. O tratamento usual para compulsão inclui ansiolíticos e psicoterapia, e em alguns casos, antidepressivos. A compulsão é um sintoma da ansiedade, então o ansiolítico é essencial. O antidepressivo é usado em casos de transtorno misto de ansiedade e depressão.
O tratamento envolve identificar e tratar as causas do passado, diminuir a ansiedade e entender o stress externo que provoca a compulsão. As compulsões são respostas a uma série de fatores, e entender isso é crucial. A compulsão sexual em 90% dos casos é uma condição masculina, e o tratamento inclui a administração de ansiolíticos junto com a psicoterapia.
É importante lembrar que o transtorno de ansiedade não tem cura. A compulsão e obsessão, que fazem parte do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), são tratáveis e curáveis. A ansiedade é tratável, mas não curável, necessitando de manutenção contínua. Ela pode ser desenvolvida na infância ou ser uma condição genética, parte do temperamento e personalidade da pessoa.”