Matteus Amaral foi acusado de ter se declarado negro para conseguir uma vaga no curso de Engenharia Agrícola do IFFar (Instituto Federal Farroupilha) em 2014. As informações constam em dois editais do instituto, onde ele aparece como declarante “preto”. Antes de entrar no BBB24, o gaúcho acompanhava as aulas no campus de Alegrete e trabalhava nas terras de sua família. Em entrevista ao Glow News, o advogado Franscisco Gomes explicou sobre a punição que o ex-BBB pode levar.
O advogado ainda citou o vídeo que está circulando pelas redes sociais, em que o próprio Matteus publicou em seus stories do Instagram e é possível ouvir uma voz de fundo declarando: “Já soube que isso aí não dá nada. É só esquecer, isso aí não vai dar nada. Se eu me declarei negra, eu sou negra”, afirma a mulher.
“Fraudar cota racial é crime e é crime punível como falsidade ideológica. O problema todo, aí vem a noção da impunidade, é que as pessoas falam ‘falsidade ideológica, a pena é baixa, a pessoa não vai para a cadeia, não vai dar em nada’. Dá sim. Dá condenação. Pode ser que não vá para a cadeia, mas dá condenação e se a pessoa tiver outros crimes aí sim pode ser que vá para a cadeia”, explicou o profissional.
Nos documentos, Matteus Amaral Vargas se autodeclara como “preto” para garantir o ingresso através das cotas, que são reservas de vagas para grupos étnico-raciais. Entretanto, no resultado preliminar que foi publicado em 17 de janeiro de 2014, o rapaz não conseguiu a vaga ao ser desclassificado por ter zerado a redação.
Contudo, semanas depois, ele apareceu como aceito para uma vaga no curso de Engenharia Agrícola por meio das cotas raciais, só que em outro edital. Ao longo do confinamento, ele chegou a falar sobre a graduação, revelando ter estudado até o quinto semestre.
Vale ressaltar que a Lei de Cotas do Brasil é destinada para grupos de candidatos pretos, pardos, indígenas, pessoas de baixa renda e pessoas com deficiência no ensino superior, como resposta à desigualdade histórica de acesso à educação no país. Até então, Matteus não se pronunciou sobre o assunto.
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