Isabella Piscetta O’Keefe, uma jovem de 22 anos de Florianópolis, em Santa Catarina, foi diagnosticada com três doenças autoimunes em seis meses. Ela descobriu a doença de Crohn, que é um quadro inflamatório crônico que pode prejudicar qualquer parte do tubo digestório, psoríase e artrite psoriásica.

As três doenças podem estar interligadas, e de acordo com a reumatologista Bruna Giusto em entrevista ao g1, a manifestação simultânea delas é rara. A partir do momento que soube de sua condição, a jovem começou a compartilhar suas experiências com seus 55 mil seguidores no TikTok.

Em um dos vídeos, ela mostra mudanças na sua vida desde o primeiro sintoma, em 2022, que incluem saída da faculdade, tratamentos frustrados, queda de cabelo, perda de peso e infusões de ferro. Mais de 230 mil pessoas tinham visualizado a publicação até a tarde de quinta-feira, 25.

“Fiz um compilado de alguns perrengues meus, graças a Deus minha vida foi normal até os 20 [anos]”, brincou ela na legenda da publicação. De acordo com a médica reumatologista Bruna Giusto, as três doenças podem estar interligadas. Contudo, ela diz que é raro todas elas se manifestarem de forma simultânea, como no caso de Bell, como ela é conhecida nas redes sociais.

“O que é comum ter, às vezes, em pacientes que têm artrite psoriática, são doenças inflamatórias intestinais, desarranjos intestinais”, declarou. Enquanto a psoríase é uma doença de pele que afeta 2% da população no mundo todo, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite psoriásica (que une manifestações cutâneas e articulares) acontece em cerca de 30% dos pacientes com psoríase.

De acordo com a associação, geralmente o acometimento da pele precede ou acompanha o articular, e a gravidade de ambas não se correlaciona. A doença de Crohn é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal que, predominantemente, atinge a parte inferior do intestino delgado e intestino grosso, mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.

Já a psoríase é caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, e é uma doença inflamatória de pele que não tem cura, e que pode ser genética ou ligada ao estresse intenso. Ela não é contagiosa e pode atacar, além da a pele, o couro cabeludo e as unhas. A artrite psoriásica é uma forma de artrite que atinge pessoas com psoríase. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia entre 5% e 40% das pessoas que tem psoríase podem apresentar dores e inflamação nas articulações, desenvolvendo um quadro de artrite psoriásica.

Bell contou que sentiu “muito medo” após o primeiro diagnóstico. Em entrevista ao g1, pouco mais de um ano depois, a palavra que prefere usar é “esperança”. Ela foi diagnosticada com Crohn em março de 2023, depois do início de um quadro persistente de diarreia, que começou em outubro de 2022 e evoluiu para cólicas, perda de apetite e de peso. Em setembro do mesmo ano, ela descobriu as outras duas doenças autoimunes.

“Até 2022 a minha vida era completamente normal, eu nunca havia tido nenhum problema de saúde, graças a Deus, tinha uma vida muito boa”, contou. “Até que uma bela manhã, em outubro de 2022, eu acordei, fui ao banheiro e vi que estava com diarreia. De início, eu não me assustei porque imaginei que pudesse ter comido alguma coisa que não estava legal. Só que os dias foram passando e a diarreia não foi melhorando, muito pelo contrário”, afirmou ela.

Após diversos exames e uma sequência de diagnósticos frustrados, como o de ansiedade, ela descobriu a doença inflamatória do trato gastrointestinal cerca de cinco meses após o primeiro sintoma. “Eu comecei o meu tratamento em março de 2023 com uma dose de ataque de corticoide que conseguiu controlar a minha inflamação de início. Eu consegui parar de ter diarreia, só que me trouxe inúmeros outros efeitos colaterais. Então, desde o princípio, já comecei a sofrer bastante”.

Com a redução do uso de corticoides, a moça iniciou o tratamento com medicamentos específicos para as doenças diagnosticadas. Em abril de 2023, começou com o adalimumab. “Eu aplicava a injeção de duas em duas semanas e fiquei usando durante cinco, seis meses. Não fez efeito algum”, contou.

Depois, ela partiu para o ustequinumab, um imunossupressor utilizado para tratamento de Crohn ativa de moderada a grave. O que de acordo com ela, também não fez efeito. Desde fevereiro deste ano, o tratamento consiste em aplicação de infliximab em associação com azatioprina e serve para as três doenças.

“Um mês e meio que eu estou bem só com a ajuda desses dois medicamentos, então eu estou muito, muito, muito feliz. Finalmente estou vendo a luz no fim do túnel. Então, se eu puder deixar uma mensagem para quem estiver lendo, é que seja essa: de não perder esperança”, celebrou Isabella.

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