Lívia Gabriele, Dimas Cândido (Reprodução/Divulgação)

Lívia Gabriele, Dimas Cândido (Reprodução/Divulgação)

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Caso Lívia Grabriele: Detalhes da morte da jovem que ficou com jogador do Corinthians são revelados

O 'Fantástico' teve acesso aos laudos médicos da jovem

Na noite do domingo, 24, o ‘Fantástico’ (Globo), trouxe novas revelações sobre o caso Livia Gabriele, a jovem após ter relação sexual com o ex- jogador do sub 20 do Corinthians, Dimas Cândido de Oliveira Filho.

O programa dominical teve acesso aos laudos oficiais de Lívia. Os documentos mostram que não houve violência. Além disso, os laudos apontam que os dois não usaram drogas nem bebida alcoólica.

Imagens das câmeras de segurança também foram divulgadas, apesar de não ter gravações do que aconteceu dentro do apartamento. Em depoimento à polícia, Dimas detalhou o que ocorreu naquele dia:

  • Ele e Lívia tiveram relação sexual com uso de camisinha;
  • Descansaram, conversaram e tiveram uma segunda relação;
  • E um certo momento, Livia não respondia mais e ele percebeu que ela tinha desmaiado;
  • Na hora, Dimas ligou para o Samu;
  • O atendente o orientou a colocá-la de barriga pra cima e massagear o peito até a chegada da ambulância;
  • Lívia apresentava um sangramento nas partes íntimas.

A morte está sendo investigada como suspeita e a causa seria uma “ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”.

Os peritos não encontraram drogas nem bebida alcoólica no sangue de Livia e que, não havia esperma no corpo dela, o que confirma o uso de preservativo. Ela também não apresentava fraturas nem sinais letais de violência.

O Fantástico trouxe dois especialistas para explicarem os termos técnicos do laudo:

“A causa na morte foi, na verdade uma hemorragia aguda importante com um choque hemorrágico”, diz Jairo Iavelberg, médico ginecologista e obstetra.

“Ela teve um sangramento, uma hemorragia, tanto da parte interna, tanto da parte externa”, explica Fabiane Vale, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

No documento, há uma parte em que diz que ela teve ruptura de cinco centímetros de extensão.

“Muitas vezes isso pode acontecer sem muita dor e provavelmente só teve início a queixa com sintomas já de choque. Tontura, taquicardia, perda de consciência”, completa Jairo Iavelberg.

De acordo com os peritos, a lesão foi causada por um objeto contundente, ainda não identificado.

“Especificamente o pênis contra o fundo de saco vaginal”, afirma o médico Jairo Iavelberg.

“O pênis pode ter levado a essa lesão. O caso dela foi uma fatalidade, aparentemente pelo que tá aparecendo, pela parte anatômica”, aponta Fabiane.

“As mulheres não precisam ficar preocupadas. Isso é uma condição rara. Mas se a mulher apresenta algum sangramento durante a relação sexual, se a mulher tem dor durante a relação sexual, para, procura ajuda. Vai ao ginecologista, para ter uma vida sexual saudável, plena”, completa a médica.

Contudo, os investigadores ainda aguardam alguns relatórios médicos pra saber se Lívia Gabriele tinha alguma doença. A investigação já está na fase final, segundo a polícia.

O que o Samu disse à polícia

  • A ambulância não conseguiu entrar no prédio porque era mais alta que a cobertura do estacionamento do condomínio;A equipe andou cerca de 100 metros até o edifício de Dimas; eles portavam os equipamentos para atendimento de uma parada cardiorrespiratória
  • Um elevador estava ocupado e o outro, quebrado;
  • A equipe esperou a chegada do elevador e foram ao oitavo andar;
  • No apartamento, encontraram o jogador fazendo massagem cardíaca em Livia, e no telefone, ainda com o atendente do Samu;
  • Ao chegarem, os profissionais assumiram o controle
  • Uma imagem a que o Fantástico teve acesso mostra que um socorrista foi até a ambulância pegar um outro equipamento – um reanimador manual, usado em casos de insuficiência respiratória.
  • A médica responsável disse que o equipamento que a equipe tinha levado ao apartamento não estava funcionando bem;
  • Livia não havia apresentado sangramento ativo em nenhuma parte corpo e que por isso não foi necessária nenhuma contenção;
  • A vítima teve duas paradas cardiorrespiratórias no apartamento e foi levada numa colcha fornecida por Dimas para a ambulância; a colcha
    foi usada porque a maca não cabia no elevador;
  • No estacionamento do condomínio, os socorristas trouxeram a maca, que estava na ambulância;
  • Do pedido de socorro de Dimas até a chegada de Livia ao hospital, se passaram 51 minutos;
  • Nesse meio tempo, teve mais duas paradas cardiorrespiratórias e acabou morrendo.

Defesa de Dimas

De acordo com o advogado do jogador, os “laudos deixam claro que houve consentimento, que não houve violência. É um absurdo a gente querer espremer para tentar buscar alguma coisa criminal contra o Dimas. Ele foi testemunha de uma fatalidade””, diz Tiago Lenoir Moreira, advogado de Dimas.

“O tempo foi fundamental para a evolução desse óbito. Demorou demais. Será que o Samu está preparado para atendimentos de pronto atendimento ginecológicos?”, disse Tiago, em relação ao atendimento do Samu.

Dimas Cândido não mora mais em São Paulo. Ele estava emprestado para o Corinthians e tinha um contrato de dois anos que venceria no final de 2024.

Depois da morte da jovem, ele resolveu voltar para o clube onde começou a carreira, o Coimbra Sports, em Contagem (MG).

O atleta segue treinando normalmente e não quis gravar com o Fantástico. “Ele está extremamente abalado ainda com toda essa situação. Não tinha clima nenhum para ele jogar mais no Corinthians. Agora ele está trabalhando, cuidando da cabeça dele, cuidando do corpo dele para retomar com a carreira dele”, contou o advogado.

A família de Lívia Gabriele também preferiu não gravar entrevista e diz que aguarda o fim das investigações.